sábado, 29 de novembro de 2008


A mamita e Pitchu Pitchu, perto do Mercado de San Pedro (foto: Victor Vargas)

21º dia – sábado – dia 29 – Cusco (Capital do Império Inka)
Dia reservado para atualização do blog, descanso e visita ao Mercado de San Pedro!! Estamos bem e esperançosos do desfecho da expedição na semana que vem. Vamos tentar deixar o nosso blog com atualização diária!! Continuem conosco pois ainda temos muitas curiosidades da viagem para relatar. A quem nos acompanhou e torceu por nós, muchas gracias!!!!

As apertadas calles cusquenhas, prova de perícia para qualquer piloto (foto: Victor Vargas)

20º dia – sexta – dia 28 – Cusco (Capital do Império Inka)
Acordamos bem, tomamos o nosso café e saímos para tomar as providencias na UNSAAC – Universidade Nacional San Antonio Abad del Cusco e marcação da entrega dos presentes às autoridades cusquenhas – estamos priorizando o término oficial da Expedição e cuidando dos contatos nas áreas acadêmicas e do intercâmbio das culturas populares do Nordeste do Brasil e do Vale Sagrado de Los Inkas!! Estamos todos bem e sorridentes, apesar da saudade dos amigos e familiares – a todos agradecemos o apoio irrestrito e decisivo no sucesso da expedição!!

Puno (foto: Victor Vargas)

19º dia – quinta – dia 27 – Puno (Capital do Folclore Peruano e do Lago Titicaca) a Cusco (Capital do Império Inka) – Chegada da Expedição - 389 Kms
Despertamos e saímos depois de conhecer alguns pontos turísticos e principalmente o centro nervoso da maior cidade do Lago do Titicaca e acesso para as ilhas flutuantes em totora dos povos Uros. Lugar interessante e passagem obrigatória de mochileiros e turistas de todo o mundo.
Agora sem o peso da ilegalidade forçada e falta de ação dos bolivianos – começamos a subir e descer as encostas do Picos Nevados e vulcões extintos com povoados de pé-de-super-serras com pastoreio de cabras e lhamas com rezes perdidas em vales encantados cortados por rios e lavouras num cenário bucólico daqueles filmes medievais passados na Inglaterra. Descobrimos, entre outras, no meio do gelo, com mais 4.500 metros de altitude o pueblocito de Pichu – foi uma pena que Pitchu Pitchu estava dormindo – fizemos imagens e registramos os encantos fascinantes da Cordilheira Bucólica na trilha da Capital do Império Inka – já começávamos a nos sentir no território sagrado dos Inkas!!
Entramos em Cusco, com muita alegria e reflexão, agradecendo bastante a todas as forças que nos acompanharam durante todo o nosso trajeto previsto pela expedição que levou o nome de Caruaru e Cusco por uma extensão – via Rio de Janeiro – de quase 7 mil quilômetros!! Chegamos a Cusco às 18:30 na horário do rush e fizemos logo um city tour pela Plaza de Armas.
Hospedagem tranqüila na Casa Escondida – Chincana Wasi em quéchua - com uma grande recepção pelos amigos Inkas – Augusto e Froilan. A poderosa bagagem desceu e fomos comemorar a chegada no Tronquito!!

Centro de La Paz (foto: Victor Vargas)

18º dia – quarta – dia 26 – La Paz (Capital do Executivo boliviano – casa do Evo) a Puno (Capital do Folclore Peruano e do Lago Titicaca) 297 Kms
Despertamos e saímos para cambiar La Plata e fazer umas comprinhas com os precinhos que só os bolivianos têm. Guando começamos a caminhar o cansaço das alturas e o mal estar do soroche nos atacaram e ficamos apenas na área central da cidade com muitas dificuldades para locomoção – cambiamos e retornamos de táxi para o hotel. Ficamos contentes de rever a Nissan depois de um descanso num parqueo próximo ao hotel. Tentaram mais uma vez, na velha sugesta, aumentar os preços combinados. A conversa com o pessoal requer muita diplomacia e firmeza no objetivo de não ser roubado descaradamente.
A saída de La Paz quer dizer sair do Altiplano Boliviano e dar de cara com o Lago Titicaca – maior em volume d’água e extensão do planeta – veja no mapa a sua grandiosidade e divisor de águas da Bolívia com o Peru. Os picos nevados e o insólito cerrado altiplano boliviano ficam na transformação da paisagem com a chegada ao Lago e a cidade Copacabana – santuário boliviano e historicamente dito inspirador da Copacabana do Rio de Janeiro. A distância é curta mas o lago fascina com suas curvas e subidas encantadoras. Pense num lago monstruoso situado acima dos 4 mil metros de altitude. Maravilha e império das trutas!!!
Passamos por Copacabana, visitamos o santuário, amigos e rumamos para a fronteira com o Perú (em espanhol, é com acento agudo mesmo)! E agora? Como vamos passar? O que vai acontecer? Pois bem! Fomos entrando devagarzinho e fomos barrados pelo exército boliviano. Nascemos de novo! Primeiro o exército nos dispensou de qualquer problema, depois a migração queria uma grana de 200 dólares para regularizar a nossa situação de clandestinidade na Bolívia, poderiam ter cancelado a seqüência da viagem – ficou tudo por 50 dólares, ainda bem!! E o final da história – Aduana fronteiriça de Kasani – o que fazer – teríamos de ficar presos com o carro imexível até segunda ordem – depois de muitas ligações e apelos, pasmem! O diretor - muito atencioso e gentil - nos mandou atravessar a fronteira e garantimos mais atenção nas aduanas – nunca mais entro num país sem me apresentar – mesmo que seja a maravilhosa Bolívia – agradecemos às forças que nos acompanham e entramos no Peru.

Outras fogueiras à vista – primeiro um seguro do Paraguai, depois o passaporte de Pitchu Pitchu – estava vencido!!!!
Pulamos todas essas fogueiras, saímos de mansinho e rodamos mais 120 kilômetros margeando o Titicaca até chegar a Puno e nos hospedar, por obra do Arequipa, num maravilhoso e novinho hotel. Pense num dia desgastante!! Comemoramos com cerveja preta e uísque do bom! Agradecemos profundamente o fato de estarmos vivos e num bom hotel com todo o conforto! Pitchu Pitchu dormiu bem e não deu bola pra altitude de Puno – 3.850 metros acima do nível do mar às margens do Titicaca Peruano!! Dia inesquecível!!!



Cochabamba (foto: Victor Vargas)

17º dia – terça - dia 25 – Cochabamba (Bolívia) a La Paz (Capital do Executivo boliviano) - 384 Kms
Despertamos com um fuso horário ainda não assimilado e com a vontade de chegar ao topo da Cordilheira. Saímos cedo e fomos trocar os dois pneus do carro que estavam entrando no limite da segurança – detalhe – na Bolívia o pneu (em espanhol, llanta) sai tipo paga um e leva dois – estávamos agora de tanque cheio e com todos os pneus zerados – abastecer na Bolívia estava complicado – exército nos postos (surtidores) e gasolina regulada pelo Estado. Acredite!! Consegui vender dois pneus usados em uma gomeria (borracharia) na beira da carreteira na saída de Cochabamba.
Começamos a alcançar o topo dos 4.850 metros da Cordilheira Oriental - todos os efeitos da altitude + chuva de granizo + acidente com carreta carregada de farinha de trigo e parada em pueblocitos de aymarás campesinos parecendo sair do túnel do tempo através de séculos passados. O inóspito e surreal no altiplano boliviano. Fomos surpreendidos com paisagens imagináveis em outros planetas. Só Pitchu Pitchu tirou de letra essa parte da viagem.
A chegada a La Paz, escondida numa cratera com 3.700 metros de altitude foi na hora do rush – aliás, acho que La Paz é rush as 24 horas. Pense num trânsito louco! Depois de procurar muito no centro da cidade encontramos o Hotel Milton – na Calle Yllampu – com direito a vista panorâmica de todo o centro pacenho, inclusive a Calle de las Brujas e a Catedral de San Francisco – sair ileso do trânsito da capital boliviana quer dizer não vou encontrar nada mais difícil no mundo – pode tudo!! Guardamos o carro no primeiro “parqueo” do trecho boliviano. O frio de La Paz não é mais o mesmo, constatamos, frio foi na chegada quando alcançamos quase 5 mil metros!!! Até aqui, pasmem! Não nos pediram nada, só pagamos pedágios!! Somos clandestinos, todos nós! Até Pitchu Pitchu passando pela Nissan Frontier! O que vai acontecer amanhã? Será que vamos conseguir cortar a velha e boa Bolívia na maior!!! Sem mostrar nada a ninguém? Fomos dormir com esta pergunta na cabeça!! Quando vamos ganhar uma dura das autoridades? Será que estamos invisíveis? Acompanhe na íntegra o próximo capítulo. Soroche (mal das alturas) e Matte de Coca no combate às alturas!!!

Arquitetura barroca espanhola em Santa Cruz (foto: Victor Vargas)

16º dia – segunda - dia 24 – Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) a Cochabamba (Bolívia) - 460 Kms
Acordamos e fomos para o nosso primeiro desayuno em terras bolivianas – pense num país exótico !! Rapidamente fomos tratar dos preparativos para começar a subir a Cordilheira Oriental – câmbio e outras providências para mudança radical de clima. Até agora ninguém pediu pra ver nada – nem do carro e muito menos nosso – pensamos! Estamos dentro de um país de forma clandestina – O que fazer? Prosseguimos a viagem pagando os pedágios e com total mudança de clima. Monteiro e outros pueblocitos bolivianos nas margens de rodovia onde já teria sido vítima de deslizamentos e zona de transição do Chaco Boliviano. Várias barreiras e até agora nada de mostrar documentos – Pensei como entraremos no Peru? E se formos travados na fronteira em Kasany?
Subimos o primeiro degrau da Cordilheira depois de cortar uma região bonita, com muita água – fruto das nascentes e rios que correm a partir da Cordilheira Oriental. Chegamos aos 2.700 metros de altitude de Cochabamba – cidade com mais de 1 milhão de habitantes e com cultura aymará percebível em contrastes com desenho arquitetônico de uma cidade universitária e pólo comercial nos Andes.
Jantamos uma trutcha num restaurante com ar do século passado e fomos descansar em um pequeno hotel no centro da cidade – estacionamento começou aparecer como problema a partir daqui!! O frio estava maneiro e a noite foi agradável!!

A carretera de la muerte (foto: Victor Vargas)

15º dia – domingo - dia 23 – Corumbá ( Capital do Pantanal / MS) a Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) - 665 Kms
Acordamos cedo e nas arrumações finais para a partida descobrimos – que sorte!! – o único problema em toda a viagem – um pneu saiu cortado ao passar por uma das pontes do Pantanal – resultado – conserto do pneu e mantimentos para atravessar a parte mais tensa de todo o trajeto – na trilha do Trem da Morte a carreteira do terror e do pó fino e vermelho. Saimos de Corumbá às 10 da manhã – com sol alto e tarde para encarar a estrada insólita.
Passamos pelas barreiras de imigração, policial e aduana da Bolívia sem cobranças e somente uma boa viagem por parte do exército boliviano. Ou seja, entramos na Bolívia como quem corta um quarteirão de qualquer bairro tranqüilo de uma cidade do interior no Brasil.
Os primeiros 381 dos cerca de 700 kms entre Puerto Suarez e Santa Cruz de La Sierra, deslizamos numa bela estrada, inclusive parte em cimento compactado, com uma árida paisagem em região cercada de fazendas de brasileiros até San Jose de Chiquitos, onde termina a carretera e começa o drama de uma região de trânsito de drogas com pequenos “pueblocitos” cercados de total ausência do Estado de direito, ou seja, esta parte deve ser tratada com cuidados especiais com o carro e com a troca de contatos às margens de uma carreteira sem nada – sem nada mesmo - muito menos Lei ou coisa parecida – pode tudo – até deixar você transitar sem problemas.
Todos os cuidados neste trecho devem ser tomados na fronteira e abastecimento total - comida e bebida, inclusive - para evitar o “não achar nada” na beira do caminho.
No final da estrada da morte e encontro com uma carreteira que corta de San Ignacio
Chegamos em Santa Cruz de la Sierra vivos e fomos parar no Hotel Continental no centro da cidade. Santa Cruz de La Sierra nem parece que é Bolívia – economia movida a gás, petróleo e com sotaque de espanhol oriental. Todo cuidado é nenhum nesta região.

sábado, 22 de novembro de 2008

Combustível Caruaru/Corumbá

Variação de combustível nos postos do trecho percorrido entre Caruaru/PE e Corumbá/MS:

Diesel
Mais barato: R$ 1,95 em Itatiaia/RJ
Mais caro: R$ 2,39 em Miranda/MS

Gasolina
Mais barato: R$ 2,3o em Guaratinguetá/SP
Mais caro: R$ 2,84 em Miranda/MS

Álcool
Mais barato: R$ 1,16 em Guaratinguetá/SP
Mais caro: R$ 1,99 em Arapiraca/AL

A exuberante fauna do Pantanal (foto: Victor Vargas)

14º dia – sábado - dia 22 – Campo Grande (MS) / Corumbá ( Capital do Pantanal / MS) - 426km
Vivi passou bem – as vacinas foram fichinhas – conversamos sobre política nacional – questões éticas envolvendo os políticos salafrários do País. O Mestre Lemoel foi vice-prefeito e secretário em São Mateus e falou também da economia de Campo Grande com o impulso de crescimento assustador dos plantadores de soja e criadores de gado do Pantanal e da Bolívia. Acordamos, fomos convencidos por amigos e familiares de Campo Grande – retomamos o nosso roteiro original – diminuindo 800 km do via Cuiabá/Cáceres e e disparamos por Miranda, Aquidauna e outras localidade inseridas na paisagem exuberante da fauna e flora pantaneiras. Passamos cerca de 6 horas impactados com uma rodovia que, numa reta só, nos jogou em Corumbá/calor retado do Pantanal. Hospedado no centro da cidade - Hotel Santa Rita - com um ventinho de ar condicionado e o natural sendo quente fico por aqui na expectativa de entrar na Bolívia por Puerto Soares e Quijaro.
À noite, comemos um filé de pintado à milanesa da Peixaria do Lulu que é de comer rezando. Pense num trem bom, sô! É recomendado pelo Guia Quatro Rodas e por nossa expedição também. Pagamos R$ 25,00 por um filé, servido com arroz, pirão, farofa e molho vinagrete e duas malzbiers bem geladinhas. Boa pedida. Agora, é descansar para levantar cedinho, tomar café e partir rumo à Santa Cruz de la Sierra!

As belas paisagens do Mato Grosso (foto: Gabriela Kopinits)

13º dia – sexta – dia 21 – Águas Claras (MS) / Campo Grande (MS) - 202km
Saímos do Hotel Tupete de café tomado e partimos para Campo Grande – entrocamento para Corumbá, Cuiabá e Pedro Juan Caballero – todo o percurso com paisagem predominatemente de roçados de soja e muito pasto – os carnívoros dizem que a carne daquela região é muito boa!! Chegamos em Campo Grande e fomos vacinar Vivi – ela tomou a segunda dose da vacina contra Pólio, DPT + Tetravalente e Rotavírus. Ela ficou imune e fomos visitar - via Legás - os tios Lilian e Lemoel Oliveira – Rio de Janeiro / Minas Gerais / São Mateus com recepção 10 em Big Field – já era o segundo Big do nosso roteiro – tudo bem!! Valeu!! Fomos convidados e aceitamos passar o dia descansando com Vivi reagindo bem à over dose vacinal –Vivi é forte!!!


Posto de saúde de Campo Grande (foto: Victor Vargas)

Nota da Mama de Pitchu Pitchu - O posto de saúde de Campo Grande/MS pertence à prefeitura, mas parece ser uma clínica privada, de tão bem estruturada que é. A enfermeira Natacha nos atendeu muito bem, nem parecia funcionária pública! Ah, mas eu queria era falar de vacina. Eu fico muito aborrecida com as patacoadas do governo Lula, mas uma coisa eu e todas as mães temos que reconhecer - foi no governo dele que a vacina contra o Rotavírus - um vírus que pode levar à morte por diárreia - tornou-se pública e obrigatória no calendário de vacinação do Ministério da Saúde. A vacina era caríssima e agora podemos vacinar nossas crianças de graça (de graça, em termos, pois pagamos e muito caro, com nossos impostos, por cada serviço oferecido pelo setor público). Além dessa, Vivi, antes de viajar, tomou uma dose da Prevenar, contra pneumonia, e da vacina contra meningite C. Vacinas muito caras, cerca de R$ 400,00 no total, mas vale a pena. Nada de arriscar a saúde do meu bebê! Faço questão dela estar com a vacinação em dia.

Chegando ao Mato Grosso do Sul (foto: Victor Vargas)

12º dia – quinta – dia 20 – Boituva(SP) / Águas Claras (MS) - 697km
Acordamos cedo e partimos – voltamos para a Rodovia Mal. Rondon para alcançarmos o Mato Grosso do Sul. Durante todo o dia cruzamos o rico e organizado São Paulão – dentre outras cidades referências no interior do Brasil, destacamos Araçatuba – com agropecuária de ponta e vanguarda no país.
Entramos no Mato Grosso por Três Lagoas, contabilizando 1.087 kms de pista dupla e uma pequena fortuna de pedágio. As estradas pedagiadas possuem um tráfego sereno e duplo.

Os pedágios merecem um capítulo extra: foram dois até Botucatu, cada um a R$ 8,30; um em São Manuel, de R$ 7,40; um em Bauru, a R$ 6,70; um em Promissão, a R$ 6,90; e mais um, onde perdemos o colchão do berço de Vivi, a R$ 7,40. Ou seja, só para trafegar por aquela rodovia (um tapete até Bauru, depois fica bem "meia boca"), gastamos R$ 45,00...

O primeiro pôr do sol com pit stop solicitado por Vivi – já cansada e com vontade de parar – aconteceu onde jantamos e ficamos para passar a noite no Hotel Tupete – tudo muito simples e funcional – sentimos calor de novo!!! Aliás, pense numa dificuldade de achar um local bom para dormir em Águas Claras! Poucos, caríssimos - diárias entre 50 e 90 reais - e muito, muito simples mesmo. O do posto BR chega a ser ridículo: cobra R$ 30 por pessoa para um quarto que nem tv tem... ah, nem se preocupe que os mosquitos - e tem muito! - são cortesia da casa...
Ou seja, depois de rodar atrás de um lugar para passar a noite, acabamos ficando no Tupete mesmo. Simples, diária de casal a R$ 50,00, mas limpinho, atendimento atencioso e um café da manhã que dá para começar o dia. Ah, o ar condicionado funciona que é uma beleza. Isso é imprescindível num lugar quente como o Mato Grosso.

Entrada no maior Estado da federação - São Paulão (foto: Victor Vargas)

11º dia – quarta – dia 19 - Rio de Janeiro / Boituva (SP) - 543km
Amanhecemos a quarta com a bagagem arrumada e a certeza que tinha chegado a hora das despedidas – sete dias no Rio com direito a rever as famílias Vargas, Barros, Kopinits e os Santos Oliveira – deixamos e levamos saudade de familiares queridos e amados por todos nós – minha mãe Minininha é as síntese do sentimento do “até breve”.
Numa lapada só cortamos a linha vermelha, nos despedindo do Rio pelo Fundão, Ilha do Governador, Tom Jobim, Igreja da Penha – na linha vermelha até a Baixada – com direito a pegar a Dutra quase no Km 13 / Nova Iguaçu, região feiosa e também de maior arrecadação com as indústrias pesadas concentradas no limite da conurbação do Grande Rio.
Logo, logo, fica Miguel Pereira – pegamos a Serra das Araras com paisagem instigante, enquadrando o Rio como Estado de maior diversidade de cenas naturais do Brasil – o Rio é o resumo das serras, lagos, lagoas, praias e florestas.
A Via Dutra vai ficando com Volta Redonda, Piraí, Resende, Pinda, Aparecida, São José dos Campos e Jacareí. Guarulhos e outras quebradas da Super São Paulão – onde pegamos um engarrafamento que durou quase duas horas para cortar a cidade e pegarmos o império dos pedágios – Castelo Branco e Mal. Rondon – ufa... pense em pagar pedágio? Demorou, passamos por Itu e fomos descansar – pasmem – no frio- em Boituva – O Estado de São Paulo é uma fazendo-modelo!!!
Entramos na pista dupla na chegado no Rio por Rio Bonito – via Niterói e já estávamos com mais 600 kms deslizando num asfalto de primeiro mundo – e haja pedágio!!!

terça-feira, 18 de novembro de 2008


Eita turma sangue bom! Pessoal da Vila Santo Antônio, foto do Gilberto

10º dia – terça – dia 18 – Rio de Janeiro
Definida a rota, começamos a refazer nossa bagagem. Levamos muitos agasalhos pois não pretendemos gastar dinheiro comprando roupas, apesar das coisas serem mais baratas lá fora, na Bolívia e no Peru. Não esquecemos de revisar a farmacinha e preparar uma caixa com provisões e uma geladeirinha com bastante água mineral.
Quando fomos lavar o carro e carregá-lo com a bagagem, tivemos uma surpresa que nos lembrou que estamos no Rio de Janeiro: bem no capô um furo de bala. Uma bala perdida aparada pelo carro no estacionamento, sem ninguém dentro, graças a Deus. Esse Rio de Janeiro não está mole.
O tempo aqui está chuvoso. Ontem foi dia de transtorno e alagamentos em vários trechos da cidade. Pensam que é só no Recife? Chuva em demasia causa problema em qualquer lugar, especialmente quando a rede de escoamento não é eficiente.
Depois do almoço, onde saboreamos deliciosas e sequinhas sardinhas fritas e camarão ensopadinho com chuchu, começamos a ajeitar a tralha toda no carro. Amanhã, devemos partir ao raiar do dia.

9º dia – segunda – dia 17 – Rio de Janeiro
Trabalhamos o dia inteiro na apuração da melhor rota Rio-Bolívia. Muitos indicam o acesso via Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Buscamos informações locais, com colegas de jornais e emissoras de rádio do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, e até com patrulheiros da Polícia Rodoviária Federal. Queríamos saber das condições das estradas e, claro, da situação nas fronteiras, se havia algum tumulto na Bolívia. Felizmente, até agora, tudo tranqüilo, mas parece que as chuvas já começaram a cair, de modo que precisamos nos apressar para subir logo a Cordilheira. Nossa caminhonete, uma Nissan Frontier, não é uma 4x4, portanto, não muito adequada para subidas íngremes e escorregadias.
Depois de um dia de apuração aqui e acolá, decidimos ir por Cáceres, no Mato Grosso, com acesso à Bolívia via San Matias. De lá, carretera até San Ignacio e, finalmente, Santa Cruz de la Sierra.
Estamos começando a visualizar a chegada ao nosso destino final, Cusco, o "Umbigo do Mundo"!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Combustível

Variação de combustível nos postos do trecho percorrido entre Caruaru e Rio de Janeiro:

Diesel
Mais barato: R$ 1,98 em Campos/RJ
Mais caro: R$ 2,179 no sul da Bahia

Gasolina
Mais barato: R$ 2,39 em Fundão/ES
Mais caro: R$ 2,79 em Arapiraca/AL

Álcool
Mais barato: R$ 1,55 em Itabuna/BA
Mais caro: R$ 1,99 em Arapiraca/AL

Estradas


Chegada ao Rio pela ponte Rio/Niterói (foto: Gabriela Kopinits)

Pernambuco
BR-232 – Caruaru/Garanhuns – duplicada, condições razoáveis.
PE-218 – Garanhuns/Bom Conselho - O trecho entre Terezinha e Bom Conselho está muito esburacado, assim como a descida da Serra das Pinhas, que também está bastante danificada.

Alagoas
BR-316/AL-115 – Palmeira dos Índios/Arapiraca – buraco até umas horas.
BR-101 – São Sebastião – parece que os prefeitos desses pequenos municípios alagoanos não se dão bem com o presidente, pois a estrada está bem irregular, cheia de remendos... Até fizeram um arremedo de acostamento, mas trafegar por ela exige atenção redobrada, ainda mais com o tanto de caminhão que roda nela.

Sergipe
BR-101 – Própria/N. Srª do Socorro/Aracaju – razoável

Bahia
BR-101/BA-099 – Indiaroba/Salvador – tapete da Linha Verde, bem sinalizada e perfeita, com pedágio (R$ 6,90) na entrada da Estrada do Côco – que dá acesso a Salvador.
Ilha de Itaparica via ferry boat – pagamos um pedágio de R$ 43,00!
BA-001/BR-101 – Bom Despacho/Travessão – Costa do Dendê, trecho meio moroso por atravessar várias cidades e a Baía de Camamu, região conhecida como Paraíso das Águas. Vale comprar o cheiroso cravo-da-índia cultivado na região (o pacotinho custa R$ 1,00) e experimentar a geléia de cacau e o suco de cupuaçu, fruta que substituiu o cacau que teve suas plantações dizimadas por uma praga de vassoura-de-bruxa.

Espírito Santo
BR-101 – Travessão/São Mateus – A estrada é boa nesse trecho, mas, como choveu muito, passamos um susto, quase chegando em São Mateus, quando nos deparamos com uma pequena lagoa em plena BR, por causa de um rio que transbordou. Em São Mateus, pernoitamos no Flecha, diária de casal a R$ 70,00 mais R$ 15,00 de cama de solteiro extra. O hotel está bem caidinho, sem opções decentes de refeição e um café da manhã bem simplisinho. Atenção para o tráfego em Vitória, bastante intenso por ser a capital.
BR-101 – São Mateus/Rio de Janeiro – O acesso ao Rio se dá por Campos dos Goytacazes, Macaé, Casimiro de Abreu, Itaboraí e Niterói. Em Campos, o tráfego continua passando por dentro da cidade – um absurdo! Haja paciência... A despeito disso, aproveite para comprar a deliciosa goiabada cascão vendida na beira da estrada a R$ 5,00 ou as panelas de barro – 10 por R$ 5,00 – excelentes para o preparo de moqueca.
Pegamos a Rio-Niterói, um trânsito danado, com retenções na Av. Brasil.

Começando a viagem


Biu do Pife, um dos maiores artistas populares da música nordestina, em frente ao carro da expedição, em visita à Rádio Cultura do Nordeste (foto: Victor Vargas)

PARTIDA DE CARUARU
Domingo 09/11/2008 - 10h30
Tempo e temperatura: bom, ensolarado - 27°C

8º dia – domingo – dia 16 – Rio de Janeiro
Começamos a armar a saída para a Capital do Império Inka. A pesquisa ainda não definiu a rota – descansamos e nos despedimos de Thayana Vargas, que voltou para Caruaru e foi levada ao Aeroporto Tom Jobim pelo irmão Alex Vargas e sua esposa Lenise – momentos de confraternização e carregamento das baterias para subirmos a Cordilheira. Muita expectativa, ainda não tivemos a certeza da Rota – Via Acre – Transoceânica ou Corumbá, passando por Santa Cruz de la Sierra na Bolívia?
7º dia – sábado – dia 15 – Rio de Janeiro
Aniversário e casamento da minha irmã Ihasmim Moêdo Vargas. Oportunidade ímpar de rever todos os amigos e familiares numa tacada só. Foi muito bom!! Comemoramos um grande momento familiar – minha irmã é adorada por todos e irradia muita alegria e PAZ.

6º dia – sexta dia 14 – Rio de Janeiro
Visita a familiares e descanso da companhia – tudo bem, sem problemas e muita alegria com o aniversário de Thayana Vargas, nossa Piu. Fomos visitar a família de minha esposa, que mora em Paciência/Campo Grande. Jantar festivo e muita alegria no reencontro com as famílias Santos e Oliveira.

5º dia – quinta dia 13 - Rio de Janeiro
Visita a familiares e descanso da companhia. Começamos também a pesquisa para a definição do roteiro Cuzco – Via Acre. Será que a Bolívia está calma? O pessoal da Bolívia adora fechar uma carreteira – é a primeira atitude de repúdio da oposição!!

4º dia – quarta dia 12 – São Mateus / Rio de Janeiro - 726Km
Saímos cedo e cortamos – com muita chuva o sul do Espírito Santo, Linhares, Cariacica, Vitória e almoçamos – comidinha caseira italiana – em Iconha (Restaurante Doce Sabor, quilo a R$ 19,80). Entramos no Rio de Janeiro por Campos e chegamos no Rio às 19h. Tudo bem, apesar da chuva e da ânsia de rever nossos familiares – as nossas famílias nos aguardavam com muita festa. Pitchu Pitchu mais uma vez mostrou que é filha de cigana com índio – tudo legal, sem problemas e muita alegria a bordo.

3º dia – terça dia 11 – Ilha de Itaparica (BA) / São Mateus (ES) - 809 Km
Saímos às 08h30 da matina, é difícil o deslocamento com um bebê, passamos por Nazaré das Farinhas, alcançamos Valença (capital do Baixo Sul da Bahia), cortamos a Baía de Camamu, voltamos para a BR-101 em Travessão. Itabuna (capital do Sul da Bahia), Eunápolis, Teixeira de Freitas, Monte Pascoal e entrada no Espírito Santo. A chuva castigou durante todo o dia. Chegamos em São Mateus às 21h e constatamos a falência da famosa Rede Flecha – péssimos serviços – hospedagem e alimentação.
2º dia – segunda dia 10 – Ilha de Itaparica
Acordamos cedo, revimos os amigos, estivemos em Mar Grande, Itaparica e descansamos após um belo banho na Bahia de Todos os Santos – nas águas de Mamanjá – Odo Iya!!

1º dia – Caruaru / Ilha de Itaparica – 750 Km
Partimos ao som do hino da Capital do Forró: A Feira de Caruaru, de Onildo Almeida, interpretado por Jorge de Altinho. A primeira etapa da viagem nos proporcionou cortar os Agrestes Setentrional e Meridional (já castigados pela ausência das chuvas), entramos pelo Agreste Alagoano – com destaque para as cidades de Arapiraca, terra do original João do Pife, e Palmeira dos Índios, terra do grande Jacinto Silva, alcançamos a BR-101 na altura de São Sebastião – entroncamento para Penedo, Foz do São Francisco. Entramos no Estado de Sergipe por Propriá – às margens do Velho Chico. Passamos em Nossa Senhora do Socorro e Aracaju – onde revimos as famílias de Silvio Andrade e do Mestre José Paulino. Apesar da hora – saímos às 19h, cruzamos a Linha Verde e entramos em Salvador a tempo de pegar a Ferry (ferry boat) das 23h30 e chegamos na Ilha de Itaparica – cansados e felizes pelo sucesso da primeira etapa – ainda com a presença da minha filha Thayana Vargas e o bom desempenho da “Pitchu Pitchu” (a nossa mascotinha de 4 meses). É sempre bom chegar em casa – passamos uma bela noite na Barra do Gil ao som dos coqueiros balançando no embalo de uma crescente lua, diante de uma maré grande (como chamam os descendentes tupinambás - nativos da Ilha). Vencemos com sucesso a primeira etapa e ficamos para comer acarajé e moqueca de peixe no dia seguinte. Valeu, agradecemos muito a condução das Forças Superiores que não nos abandonaram em tempo algum!!!

Nota da Mama de Pitchu Pitchu: Viajar com um bebê novinho só se for na cadeirinha para automóvel do estilo bebê-conforto (colocada no banco traseiro, de costas, atrás do banco do passageiro) pois o bebê consegue ficar bem acomodado, confortável e seguro e a mãe tranqüila. Outra coisa, nenhum posto onde abastecemos tem fraldário. Não tive saída senão trocar as fraldas de nossa menininha no banco do carro. Não esqueçam de levar o trocador forrado – aquele de plástico – para não sujar o carro e um saco plástico para ir coletando as fraldas sujas e depois jogar no lixeiro do primeiro posto onde pararem. Como nossa filha só mama no peito, não tivemos trabalho algum alimentando-a. Outra, não esquecer de deixar à mão uma cobertinha e um brinquedo, tipo mordedor ou chocalho, para entreter o bebê pois é a viagem é longa e meio estressante para os pequenos. Nossa menininha dormiu boa parte do trajeto, só acordou para mamar ou para chamegar com a mama, quando estava estressada.

Percurso


Guia Quatro Rodas

CARUARU/CUSCO (VIA RJ/BOLÍVIA)

1ª etapa:

Caruaru/Ilha de Itaparica - 750km
Ilha de Itaparica/São Mateus - 809km
São Mateus/Rio de Janeiro - 726km

TOTAL: 2.285km

A equipe



A expedição "Da Capital do Forró à Capital do Império Inka" é composta por:

Victor Vargas - jornalista e radialista
Gabriela Kopinits - jornalista e radialista
Victoria Elisabeth Kopinits Vargas - Pitchu Pitchu, nossa mascotinha

Obs: Nossa filha do meio, Thayana Vargas, também jornalista, nos acompanhou até o Rio de Janeiro.
Os três expedicionários (foto: Gilberto Sangue Bom)

Objetivo da expedição

A expedição "Da Capital do Forró à Capital do Império Inka” visa diretamente atingir duas vértices – primeiro o intercâmbio entre as culturas populares inka e do Nordeste do Brasil – em especial, a sonoridade, a dança e o artesanato. O outro objetivo é a nossa inclusão - minha esposa e eu, ambos jornalistas e radialistas, no curso de Maestria em Marketing Social y Comunicación para El Desarrollo, aplicado pela Universidad Nacional de San Antonio Abade del Custo (1692).
A expedição, rodoviária, transoceânica, vai apresentar, também, um “Diário de Bordo”, com todas as informações relevantes para quem deseja conhecer Machu Picchu – a cidade perdida dos Inkas e umas das “Sete Maravilhas do Mundo” e todo o trajeto com valores de despesas e destaque para as culturas populares e o esplendor da natureza do território brasileiro, dos Andes e das amazônias brasileira e peruana.
Outro ângulo interessante da expedição "Da Capital do Forró à Capital do Império Inka” é o fato dos seus componentes serem jornalistas profissionais, com experiência na área da Comunicação Social, e o fato da inserção de uma criança de apenas 4 meses – nossa filha – que será referência para futuras expedições com a presença de “Bebê a Bordo”.

O começo de tudo

Em janeiro de 2008, durante visita à Universidad Nacional Santo Antonio Abad del Cusco – no Peru, fiquei encantado com a história da instituição de ensino criada em 1692 e com a possibilidade de ampliar a minha formação acadêmica com um curso de Mestrado em Marketing Social e Comunicação para o Desenvolvimento. Além da experiência acadêmica, o domínio do espanhol e do quéchua e a própia cultura inka foram os fatores determinantes para querer associar o Projeto de Intercâmbio das Culturas Populares do Nordeste do Brasil ao dos Povos do Vale Sagrado de Los Inkas. Estava assim definida a base de uma expedição sonhada desde a década de 70 e sob a trilha de várias viagens nas últimas décadas à Cordilheira dos Andes.
O planejamento da viagem, inédito pela experiência de cruzar as amazônias peruana e brasileira, passando por regiões consideradas como referencial de biodiversidade no planeta – como Puerto Maldonado - e pelo fato de transpor todo o percurso com uma nenê de 4 meses a bordo – nossa filha caçula - foi produzido com muita atenção e com toda a experiência de mochileiro iniciado em 1972 nas velha Rio – Bahia, no auge do movimento contra-cultural e de protesto pelas mazelas, guerras e ditaduras instaladas nas Américas.