sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A beleza dos Picos Nevados no Vale Sagrado (foto: Victor Vargas)

48º dia – viernes – dia 26 – Cusco
Hoje o dia amanheceu com a névoa nos impedindo de mirar os picos nevados. Tudo indica que o período de chuvas aqueceu as turbinas e a cada dia que passa fica mais difícil ver Inti sair por detrás dos Apus que circundam Cusco. O desayuno de hoje reuniu em trânsito – franceses – ingleses – americano – brasileiros e os quéchuas da Chincana Wasi. Tudo bem! A chuva deu uma trégua e desci a Pumacurco na banguela, cortando por San Blas, vendo a movimentação cosmopolita cusquenha. Cortei a Plaza de Armas e busquei o Instituto Nacional de Cultura – órgão que administra museus e Machupicchu - poucos trabalharam hoje – ficou para lunes o levantamento operacional da Cidadela Sagrada – uma grande feira de artesanato no Pátio de Nossa Senhora das Mercês com artesania de todo o Peru era o toque que a época do consumo prosseguia, centrada nos inúmeros turistas que transitam o ano todo indiferente às datas comemorativas.

No retorno provei a minha resistência encarando a íngreme subida e rota dos que buscam Saqsaywaman ! Entrei no Centro Místico & Etnológico e descobri que uma consulta com hojas de coca valia $250, a cerimônia de limpeza e florescimento ficava por $400, a cerimônia de oferendas a Pachamama era $500, Cerimônia com ayahuasca com guia no Vale Sagrado valia $600 e a cerimônia com San Pedro estava batendo os $530 – tudo os valores citados em nuevos soles peruanos. Fiquei de voltar e o cão do xamã grudou em mim com ar de velhos conhecidos!!Ari ! cidade cosmopolita tem mercado pra tudo!! Ari, a lluvia não pára e eu vou pra debaixo dos três cobertores pesados da Casa Escondida!!
A sacralidade das folhas de coca para o povo inka (foto: Gabriela Kopinits)

De Saqsaywaman, o Cristo Blanco abençoa Cusco (foto: Victor Vargas)

46º dia – miércoles – dia 24 – Cusco
Véspera de natal – por aqui o pessoal trata de Navidad – e o nosso compromisso de passar a festa no hotel foi cumprido. Fomos ao Mega (supermercado da área) e compramos os ingredientes básicos de uma ceia – por aqui – dentre outras – tem a dobradinha chocolate quente com panetone – chegamos, preparamos a ceia e passamos a noite com os irmãos quéchuas Froilán e Augusto e a chola Elsa – além do entre e sai dos hóspedes ingleses que optaram pela Plaza de Armas para ver a Navidad passar – quando deu meia-noite uma grande queima de fogos de artifício e as pessoas saem às ruas para soltar fogos – de todas as espécies – foi bom e lembramos dos amigos e familiares reunidos em ceia pela Brasil afora! Aproveitamos para desejar Feliz Navidad para todos os que nos acompanham nesta Expedição!! Valew, gracias e tudo de bom pra vocês!! Vamos nos recuperar da mistura birital estrambólica que tomamos na madruga, ARI Munani para a lona!!

Com os artesãos de Ccorao (foto: Gabriela Kopinits)

45º dia – martes – dia 23 – Cusco / Pisac / Cusco
Acordamos ainda na ressaca da Cerimônia do Solstício e voltamos ao Vale Sagrado para cumprir a pauta da matéria da Escola de Cerâmica de Ccorao – uma parceria da Associação de Moradores com uma ONG da Coréa que proporciona a atividade da artesania no barro com a geração de renda e preservação dos valores da cultura inka. O encontro foi adiado para a próxima terça, dia 29, às dez da matina.
Esticamos mais 20 kilômetros e voltamos à Plaza de Armas de Pisac onde reencontramos o xamã Mauro e o inka Eduardo e apuramos toda a matéria da cerimônia de solstício. Mais um dia de rolé no Vale Sagrado com direito a imagens fantásticas dos córregos que descobrimos com as parada em miradores como o de Taray – famoso pela foto oficial da fartura agrícola inka.

Pisac, vista do mirante, banhada pelo Rio Vilcanota (foto: Victor Vargas)


Em Cusco jantamos e voltamos para a Chincana Wasi – com direito a intercâmbio com os hóspedes da Inglaterra e da França – que chegaram com um norte-americano freguês da casa e da Trilha Inka – uma das alternativas de se chegar a Machupicchu!! Lona, no frio da noite, os cães uivam e o eco reverbera dando um clima que só a Pumacurco tem!!

Paisagem inesquecível no Intihuatana, Pisac (foto: Gabriela Kopinits)

44º dia – lunes– dia 22 – Cusco / Pisac / Cusco
Levantamos da cama às 3 da matina e às 3 e 40 já estávamos descendo a Pumacurco de ré em direção à Plaza de Armas e tomando o rumo de Pisac no Vale Sagrado – a viagem foi rápida e tiramos os 30 quilômetros na sinuosa carretera em apenas 30 minutos – chegamos 15 minutos antes e, às 4 e 15, já estávamos na Plaza central aguardando o pessoal para subir a Intihuatana – o templo sagrado do Deus Sol (Inti para os inkas). Aos poucos, no frio da madruga na cordilheira, foram chegando todos os personagens da cerimônia e um táxi corola que nos guiou na subida das montanhas na neblina do final de madrugada. Chegamos e logo percebi que a cerimônia seria inesquecível – incorporei um velho servo do império e vi todo o processo ritualístico de adoração, devoção e oferendas à deidade Sol – o sacerdote reuniu vegetais, raízes, ouro, prata, maiz, trigo, quinua num colorido que formou um banquete regado a bebidas para a Pachamama – Mãe terra – la hoja de coca é sagrada e faz parte do processo de conexão com as deidades inkas.


O sacerdote inka Paco (foto: Gabriela Kopinits)

O sacerdote Paco conduziu a cerimônia que se estendeu além da tímida aparição do Sol em um amanhecer sob névoa e nuvens plúmbeas de um céu comprometido com a chuva constante nesta época por aqui – na cerimônia, dentre outras reverências – às montanhas sagradas (os Apus)como Machupicchu e Waynapicchu – a fertilidade, as colheitas pomposas e toda a relação com a arte de cultivar passa pela benção de Pachamama e Inti. Participei da cerimônia e foi um momento ímpar na minha vida. Vamos publicar reportagem completa sobre os Cerimônia de Solstício, inclusive disponibilizar reportagem fotográfica, produzida pela jornalista Gabriela Kopinits - com cerca de 400 fotos já editadas! Saimos ilesos, todos bem e com a certeza de comungar com os povos inkas nas suas crenças e fé pelas deidades ligadas aos astros e à Mãe Terra!!
Grupo participante da cerimônia inka nas ruínas de Pisac (foto: Gabriela Kopinits)

Dia pesado, cumprimos o compromisso com os mestres Virgínia Gonzáles e Willi - almoçamos ainda na Universidad Santo Antonio Abad del Cusco – lembrando que ela é a federal do Peru e foi fundada em 1692! Depois dessa, o guerreiro inka foi à lona e desligou todas as conexões!!


Do mirante Taray, a beleza do Rio Urubamba (foto: Victor Vargas)


43º dia – domingo– dia 21 – Cusco
Domingão em Cusco – vamos passear – sair pelas calles e pelas plazas em busca de aromas e cenas distintas do cotidiano de um povo que toma “chá de coca” como elixir e masca a folhinha com a preocupação constante do respeito à deidade Pachamama – Mãe Terra – o quéchua Augusto me apresentou o taitai dele e disse que com quase 70 anos o velho inka nunca teve nenhum dente cariado – não sabia que quem masca Las Hojas de Coca não dava mole pra dentista!!!



Ruínas de Pisac, com chola vendedora de artesanias (foto: Gabriela Kopinits)


Voltamos a Pisac e dessa vez o trajeto pelo Valle Sagrado de los Inkas nos pareceu uma coisa familiar – quem sabe já passamos tantas vezes por aqui que cada curva abre uma paisagem fantástica com picos nebados e lhamitas no pasto – Apus – cerros – montanhas sagradas e instigantes. Fomos às ruínas e mais uma vez passamos sem problemas com os Boletos Turísticos – afinal, não somos turistas! À tarde, depois de um almuerzo, combinamos com o Xamã Mauro a nossa participação na Cerimônia Inka de Solstício de Verão – assumimos o compromisso de estar às 4 e meia da matina, de novo, na Plaza Central de Pisac para partir para o ritual sagrado nos sítios arqueológicos – encravado nas montanhas que circundam o pequeno pueblocito de Pisac!! Voltamos a Cusco e fomos descansar com a energia do verão adrenalinando o sono!!
Apu Linli, visão da Plaza de Pisac (foto: Gabriela Kopinits)

A cholita e a lhama de aluguel, na Plaza Nazarenas (foto: Victor Vargas)
42º dia – sábado – dia 20 – Cusco
Hoje percebi que a presença dos espanhóis e da igreja católica aqui no Peru, em particular em Cusco, deixou cicatrizes profundas na cultura inka e algumas peculiaridades que deixam no ar a impregnação de colonizadores – sem entrar nos méritos, anote aí San Pedro (bairro, maior mercado público da cidade), estação de trens – inclusive o que sai pra Machu Picchu), Santa Clara, Santa Ana, San Cristobal (dentre outras, onde estamos na Chincana Wasi), Santa Catalina, Santo Domingo, San Antonio Abad, San Agustín, San Blas (este o mais famoso dos bairros de Cusco – secularmente área de concentração da produção artística da cidade)......e por aí vai! As ruas, começando pela nossa – Pumacurco – quase todas do centro histórico – estão grafadas em quéchua – como marco da miscelânea que reina até hoje por aqui – a paisagem e o clima nos colocam no início do século XVI diante de um cenário surreal – Cusco é apaixonante – “Umbigo do Mundo”.
Demos uma passada pelo Mercado San Pedro e vi o povo cusquenho no comedor, comprando de tudo e se preparando para a Navidad (Natal na tradução local). Amanhã voltamos a Pisaq para caminhar na feira e conversar com o xamã Mauro!! Ari munani em qúecha quer dizer – sim, quero!! Tenho trocado umas palavras com os Inkas!!

Saqsaywaman, templo de cerimônia dos inkas - foto: Gabriela Kopinits

41º dia – viernes – dia 19 – Cusco
Quem imaginar que a vida de um expedicionário com um bebê a bordo e projetos sendo tocados com entidades públicas é fácil – está totalmente enganado – ainda mais se houver trabalhos sendo tocados no Brasil com decisões partindo daqui! Estamos todos bem! Abrimos o dia em Saqsawaman, antes do desayuno – já estávamos com Pitchu Pitchu na fortaleza e templo inka – com túneis subterrâneos – chincanas – anfiteatros e construções ritualísticas relacionadas com o culto da água. Bem pertinho daqui da Chincana Wasi, voltamos para o desayuno e para trabalhar as pendências da área jornalística. Abaixo publicamos um trabalho de versão e adaptação jornalística da companheira e expedicionária Gabriela Kopinits (que vive a Cigana Contadora de Estórias), baseado num texto de Mirta Fernández. Lembramos que somos vizinhos do que sobrou do Palácio do Manco Capac – primeiro imperador inka.


O que restou do palácio de Manco Capac - foto: Victor Vargas

A criação do Império do Sol

Ao norte do lago Titicaca, havia uma região onde os homens viviam como animais selvagens. Suas casas eram cavernas na montanha. Alimentavam-se matando animais e arrancando frutos das árvores. Para eles, não havia leis nem a justiça dos deuses.
Um dia, o Deus do Sol, Inti, decidiu que devia ocupar-se de instruir e civilizar a estes homens. Inti convocou seu filho Ayar Manco e a sua filha Mama Ocllo e lhe pediu que descessem à terra e criassem um império.

Manco Capac e Mama Ocllo

Entre seus deveres, deveriam instruir os habitantes nas artes de cultivar e colher. Deveriam ainda ensinar-lhe a respeitarem-se entre si e a venerar o seu deus criador, o Sol. Também lhe ordenou fundar a capital do novo império. Para isso, lhe entregou um bastão de ouro e lhes disse:
- Ao chegar ao lago Titicaca, caminhem em direção ao norte. Cada vez que parassem, deveriam apoiar o bastão na terra. Onde o bastão afundasse, aí era o local onde deveriam fundar a grande cidade que seria a capital do império. Essa cidade se chamará Cusco e deste lugar governarão o Império do Sol.

No dia seguinte, os irmãos, ricamente vestidos, desceram sobre o lago. Os homens e as mulheres que os viram ficaram deslumbrados e convencidos que estavam diante de seres sobrenaturais e os seguiram à respeitosa distância.

Os irmãos começaram sua longa caminhada em direção ao norte, apoiando o bastão de ouro na terra sempre que paravam.

Os dias se passaram, mas, como o bastão não afundava, continuaram caminhando.
Um dia chegaram a um vale muito bonito, de terras férteis. Quando se sentaram para contemplar aquela bela paisagem, apoiaram o bastão de ouro e este se afundou sozinho. Era o sinal que estavam esperando. Ali construiriam a capital do império, Cusco, que significa o Umbigo do Mundo.

Ayar Manco se ocupou na instrução dos homens. Ensinou-lhes a cultivar e a colher. A construir suas próprias casas e a caçar.

Mama Ocllo se ocupou da instrução das mulheres. Ensinou-lhes a fiar e a tecer com a lã das lhamas. A cozinhar e a cuidar de suas casas.

Ayar Manco passou a chamar-se Manco Capac. Junto a sua irmã, Mama Ocllo, que se tornou sua esposa, governou o Império do Sol e, depois deles, os seus filhos e netos.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008


Expedição na Catedral de Cusco, na Plaza de Armas (foto: Victor Vargas)


40º dia – jueves – dia 18 – Cusco
Amanhã Pitchu Pitchu vai fazer cinco meses. Vamos comemorar com uma visita a Saqsawaman. Acordamos com notícias do Rio de Janeiro e do Brasil com o telejornal Bom Dia Brasil da Globo Internacional – estamos com esse luxo na nossa habitación. Às cinco da manhã tentamos mostrar o sol saindo nos Picos Nevados e as nuvens mais uma vez não facilitaram. A parte da manhã dedicamos à atualização deste blog e edição final de informativos que publicamos no Brasil. Agora à tarde vamos sair para o restaurante e realizar visitas À EMUFEC e à prefeitura para acompanhamento dos nossos projetos que estão circulando e aguardando definições das autoriadades de Cusco.

Cena da Plaza de Armas, centro de Cusco (foto: Victor Vargas)


Estamos todos bem e com a certeza que estamos abrindo um intercâmbio que vai reunir as sonoridades, danças e artesanato do Nordeste do Brasil e do Povo Inka. Muchas gracias a todos que estão nos acompanhando e estamos festejando os quase um mil acessos neste blog. Ari e buena suerte a todos!!!!!

Expedição em San Blas (foto: Victor Vargas)

39º dia – miercoles – dia 17 – Cusco
Resolvemos conhecer hoje o San Blas - tradicional bairro dos artistas cusquenhos e da maioria que chegou de diversas partes do mundo e se instalou por aqui – o bairro fica perto daqui de San Cristobal e existem várias passagens por pequenas ruas que entrelaçam toda a cidade. Resolvemos ir de carro e penamos nas ruas estreitas e cheias de histórias. Conhecemos a Igreja de San Blas e parte das artérias centrais. San Blas oferece uma visa panorâmica de Cusco e encanta pelos seus ateliês , restaurantes e tiendas com tudo o que há de mais peculiar na gastronomia, artesania e arquitetura barroca hispânica – Inka.


San Blas é uma viagem ao barroco hispano-incaico (foto: Victor Vargas)

Às vezes você imagina estar como personagem da história que começou com o massacre sócio-cultural-econômico-religioso dos espanhóis na cordilheira. Ficamos de retornar a San Blas para uma visita ao xamã Mauro Quinteros e sua família. Pitchu Pitchu gostou e, como sempre, mamou no Bairro dos Artistas de Cusco.

Restaurante El Tronquito (foto: Victor Vargas)

38º dia – martes – dia 16 – Cusco
Estamos perseguindo o sol nascendo por trás dos Picos Nevados que iluminam Cusco. Neste período de chuvas, as nuvens e a própria neblina estão impedindo essa imagem. Cremos que o dia que formos a Ollantaytambo pegar o trem para Machupicchu vamos ter esta oportunidade, já que vamos bater as cinco da matina na cidadela inka. Na realidade, o papo de hoje vai ser o encontro com o Mestre Tronquito – um ex-jogador do futebol limenho que mergulhou na gastronomia criolla. O menu econômico – composto de uma entrada + sopa ou caldo + segundo + postre + um refresco ou te - é servido por etapas, sempre na hora certa. Apresentamos agora alguns pratos desta culinária do litoral peruano, que aqui na Cordilheira ganhou os molhos das cholas:

ENTRADAS
- Causa Rellena – batata recheada com limão, aji, pimenta e atun
- Soltero – salada com abas, cenoura, queso, cebola, chancho vinagre e azeite.
- Salpicón de Pollo – é o nosso salpicão com tempero local
- Ensalada Russa- é o nosso salpicão com beterraba.
- Palta a la Reyna – salpicão + abacate
- Papa Rellena – batata recheada com passas + azeitona + ovo
- Papa a la Huncaina – batatas + ovos = creme
- Ocopa com Mani – amendoim + papa + leche + aji
- Yuca Rellena – macacheira ou aipim com com cebola + azeite de oliva - creme
- Wantan Frito – massa tipo pastel frito com carne moída + molho de aji.
- Ensalada de Palta – salada de abacate
- Huevo Relleno – ovo + atun + cebola + tomate + alho + limão

SOPAS
- Aguadito de Pollo – parecido com a nossa canja
- Menestrón – cullantro, pinaca, trigo, maiz e carne de boi
- Sopa de Casa – talharin, choclo, carne e um monte de verduras
- Sopa a la Criolla – cebola, tomate, verdura, carne moída, Fidel e leche.
- Sopa de carne costillar – é a da casa com costela de boi.
- Sopa de carne de pecho – da casa com carne de peito de boi + ervas aromatizantes daqui da área.
- Sopa de lisas – lisas é um tipo de cereal daqui da área assim com o quinua.
- Cazuela – verdura, choclo (espécie de milho) + carne + papa + arroz.
- Chupe de cordero – verdura, leche, ovos + cordeiro + ervas aroamatizantes.
- Chupe de camarones – susbtitui o cordero por camarão
- Chairo – lisas + moraya + trigo + papa + verduras
- Caldo de Pollo – verduras + legumes + ervas + pollo
- Caldo de cordero – idem + cordero
- Caldo de costillar – idem + costela de boi
- Caldo de pecho – idem com peito de boi
- Crema de espárragos – famoso creme de aspargo
- Crema de Pollo – tipo sopa de galinha passada no liquidificador.
- Crema de Champignones – creme de cogumelos

SEGUNDO
- Milaneza com arroz chaufa – frango + ovos + curry + cebola + arroz.
- Suprema com arroz chaufa – frango prensado + pão + ovos + azeite + arroz (todo prato leva arroz por aqui).
- Chuleta a la parrilla com papas y arroz – condimentos + ervas + carne de boi + papa + arroz
- Bisteck com arroz chaufa – bsiteca de boi com arroz + ovos + pimentão + pion + cilou ( tipo de vinagre andino)
- Asado a la olla com purê y arroz – carne de boi + cominho + pimenta + alho +
- Lomo saltado – bife bem temperado com batata frita + arroz
- Estofado de Pollo – tomate + cebola + pimenta + cominho + cenoura + ojas de ongos Lauren + alho.
- Seco norteño de Pollo + arroz + orégano
- Pollo ao vino – cebola + alho + champignones + leche + açúcar e outros condimentos andinos.
- Aji de Galinha – cebola + alho + pimenta + cominho + aji amarelo + pão + leche+ queso + papa + ovos duros + azeitonas negras – parece um vatapá – é uma delícia!!
- Cebiche de Pollo – aji amarillo + cebola + pimenta + suco de naranja ou limão + pollo - com papa e arroz
- Riñon a la parrilla com papas y arroz – Rins de boi com papa e arroz.

POSTRES
- Arroz com leche – arroz doce com leite evaporado
- Arroz sambito – arroz + leche + canela + cravo
- gelatina
- Mazamorras – quinua + cravo + canela + acúcar
- Cochinito – fico devendo a descrição dessa
- Dulces - doces

REFRESCOS
- Chicha morada = cravo, canela, casca de abacaxi, limão, açúcar, maiz morada – milho negro – carne de abacaxi.
- Montão de frutas.
El Tronquito, de bigode, e sua equipe (foto: Victor Vargas)

Aqui em Cusco, como cidade cosmopolita, restaurantes com todos os tipos de culinária do mundo. Destaquei neste primeiro momento a criolla por estarmos nos alimentando, quase que diariamente em um restaurante que mantém esta característica como restaurante turístico. Ari!!!!

Estação de San Pedro, de onde saem os trens para Machupicchu (foto: Victor Vargas)


37º dia – lunes – dia 15 – Cusco
O despertar na segunda ou lunes como habla o cumpadi quéchua Froilán foi tranqüilo e descobri que a nossa Calle Pumacurco é caminho para aqueles que encaram a caminhada para Saqsaywuaman – palco da grande Inti Raymi - sobe e desce gente o dia inteiro e de manhã com acesso liberado até as oito o movimento é maior. Daqui de cima, em San Cristobal, abrimos a ventana e vemos o dia clarear antes das seis horas. A nossa agenda foi cumprida e conhecemos na Universidad Nacional San Antonio Abad del Cusco – UNSAAC – o diretor Wilbert Medina – apresentado pela professora Virginia Gonzáles, coordenadora do curso de Ciências da Comunicação. Ficou acertado que vamos abrir um intercâmbio para realização de investigação compartida – com temas que vamos definir na segunda 22- entre a publicação de periódicos, cursos extracurriculares e produção de radiofônica intercultural – vamos a analisar – sugerir – e apresentar proposta de parceria como professores convidados da UNSAAC. O diretório de periodismo nos convidou para apresentar conferência e responder perguntas de prática de rádio-impresso- tele para os futuros jornalistas peruanos formados pela universidade – que dentre outras – foi fundada em 1692 – resolvemos encarar essa e rechear o currículo com trabalhos internacionais. Ari!!!!


Pitchu Pitchu na Iglesia de San Francisco com o papito (foto: Gabriela Kopinits)


Passamos a tarde no Restaurante Tronquito apurando sobre o tema gastronomia peruana criolla!! O sobe e desce da Pumacurco revela que as montanhas que cercam Cusco guardam relíquias arqueológicas e o palco do Maior Espetáculo ao Ar Livre do Mundo!! Cada dia fica mais claro que o Tawantinsuyu era muito maior do que muitos imaginam!! Amanhã vou revelar segredos da culinária criolla!!

Lhamas com feira de Chinchero ao fundo (foto: Victor Vargas)

36º dia – domingo – dia 14 – Cusco / Chinchero / Cusco
O desayuno na Chincana Wasi é regado com leche, café, pan, queso, mantequilla, huevos, marmelada e sempre aquele mate de coca para facilitar o trânsito na altitude, digestão e mais uma infinita variação de coisas boas para o organismo e para a alma. Resolvemos que hoje seria um dia especial no Vale Sagrado. Pegamos a carretera que vai para Lima e passamos por pueblocitos quéchuas - com destaque para Poroy – parada do trem que vai para Águas Calientes e Machupicchu – falando do trem, os regedores do Peru estão questionando o monopólio da Perurail – empresa inglesa que explora, dentre outras linhas férreas, a que leva turistas do mundo inteiro para a Montanha que esconde a cidadela sagrada de los Inkas e considerada uma das sete maravilhas do mundo.
Paramos num mirador e constatamos que os picos nevados que anunciam a chegada a Chinchero estavam escondidos numa névoa que nesta época se mistura com as nuvens pesadas das chuvas que vez ou outra cai na região – por aqui a temporada de lhuvias começou – isso quer dizer que o frio fica oscilando entre 8 e 10 graus nas noites e durante o dia fica na variante de 15 a 18 graus, podendo chegar aos 22 no sol caliente da cordilheira – se vacilar, fica todo queimado. Chegamos a Chinchero e demos de cara com uma grande brincadeira de animadores culturais infantis divulgados ações do Ministério da Saúde. Um grande feira com a produção dos pueblocitos da região e muito artesanato de qualidade e com preços abalados pelo grande fluxo turístico – que a pequena Chinchero recebe em função de Cusco e Machupicchu.
Desfile na Plaza de Armas de Chinchero (foto: Victor Vargas)
Visitamos as ruínas arqueológicas da grande fazenda que o imperador Tupaq Yupanqui usava para fazer as experiências agrícolas – grandes terrazas e uma paisagem fascinante – na casa do Inka os espanhóis construíram um templo católico com imagens, pinturas e relíquias do barroco hispânico – inka do século XV.
Fascinados, voltamos a Cusco a tempo de ver uma Feira Internacional em defesa de todas as derivações da folha de coca. Ficamos impressionados com os efeitos da folha de coca no corpo humano – cura um monte de coisas e evita outra cacetada de doenças!! Este assunto vai ganhar um capítulo à parte e o mote da Feira com discursos inflamados era que "las hojas de coca no son droga" – nós também achamos e vamos agora tomar uma Mate de Coca – Ari!!

sábado, 13 de dezembro de 2008


Expedição na Plaza de Armas (foto: Victor Vargas)

35º dia – sábado – dia 13 – Cusco
Acordamos cedo, vimos o sol sair por trás dos Picos Nevados e fomos para o desayuno. A Chincana Wasi está com uma delegação de 14 ingleses. Uns foram para Trilha Inka – 4 dias de caminhada de Cusco a Machupicchu e outros ficaram por aqui curtindo o Patrimônio da Humanidade e vão de trem com ida às 7 da manha e retorno as nove da noite. Todo mundo que chega em Cusco tem que ir a Machupicchu – andar por lá é como estar visitando a Cidade Perdida dos Inkas e local de irradiação de energia positiva e ponto de convergência do planeta. Vamos destacar Machupicchu num capítulo a parte. Uns vão para Águas Calientes – balneário com águas mornas que fica no pé da serra e ponto de partida para quem estuda ou vai com outras intenções que não são as dos 2.500 turistas autorizados a entrarem oficialmente na cidade de las brujas, sacerdotes e princesas do Império Inka!!




Ciclista de Aracaju nas calles del Cusco (foto: Victor Vargas)

Trabalhamos duro na produção e edição de textos e vimos a manhã e a tarde das janelas da nossa habitación!! Vamos atualizar o nosso blog e amanhã vamos passear no Vale Sagrado de los Inkas – vamos agora a Chincheiro onde visual da Cordilheira de Vilcanota e os nevados de Chicón e Wanquay Wilka e o colorido mercado dominical já pagam o óleo da Nissan. Lá em Chinchero vamos conhecer também os restos mortais do palácio de Tupac Inka Yupanqui!! Almuerzo com trucha pra dar um tempo na penosa!!! Ari!! Sulpayki!!!!!

Amanhecendo na ventana (foto: Gabriela Kopinits)

34º dia – sexta – dia 12 – Cusco
Acordamos todos bem!! Aliás, estamos nos sentindo muito bem e Pitchu Pitchu sempre com uma novidade – para quem não sabe o apelido de Victoria Elisabeth é em homenagem às Montanhas Sagradas de Wayna Picchu e Machupicchu. A água mineral daqui é ozonizada e a melhor é a torneiral – estamos quase aderindo! Logo de manhã, no desayuno, a senhora Amanda Bahione informa que a Alcaldesa Marina Sequeiros Montesinos havia sofrido impeachement na noite anterior e que já não era mais a prefeita de Cusco – pensamos, e o nosso projeto de intercâmbio que contava com o apoio dela? Resolvemos respirar fundo e jogar todas as fichas na EMUFEC do já conhecido e amigo Geovanni Madrid – semana que vem vamos acompanhar a tramitação!! Que pena! Já havíamos sentindo a impopularidade da prefeita – lastimamos por seu apoio e reconhecemos que a lei por aqui funciona para quem abusa do poder econômico e das vantagens que o cargo oferece!! Entraeamos presentes do artesanato de Caruaru – feito pelo Mestre Luiz Galdino às autoridades, que, encantadas destacaram a semelhança do artesanato produzido em San Blas – bairro de artistas aqui no Centro de Cusco.


Perfil da chola na calle cusquenha (foto: Victor Vargas)

As cholas se revezam com suas delícias nas calçadas – manhã, tarde e início da noite com chás de misturas afrodisíacas e muito caliente passando por variações nas artes de mexer com a infinidade de maiz ( millho) que existe aqui na Cordilheira. Enchemos o tanque da Nissan Frontier e sentimos saudades da Bolívia – lá o litro do diesel vale 1, 20 de real, aqui é vendido com a medida galões – cada galão vale 4 litros e custa em média 12, 15 soles, ou seja, cada litro passa a valer 1 dólar. Amanhã, vamos trabalhar durante todo o dia com jornalismo impresso!! Ari!! Em quéchua sol é inti, lua é killa, estrela é chaska.......e amanhã tem mais!!! Vamos no Tronquito meter uma cena da melhor qualidade!!

Pico Nevado visto de la ventana (foto: Victor Vargas)

33º dia – quinta – dia 11 – Cusco
O dia amanhece por volta das 6 da manhã com uma paisagem da janela principal, onde observamos o sol saindo por trás dos Picos eternamente Nevados – imagino, se estamos a 3400 metros, aquelas montanhas devem – no mínimo, no barato, estar lá pelos 6 mil e uns quebradinhos!! O reflexo da luz do sol (Inti) no verde emite uma energia que banha Cusco que começa a se mexer após as nove horas. Antes disso é ensaio – mas, em compensação a cidade só se entrega às criaturas da noite a partir das 22 horas – aí começa a night das tribos notívagas!! Pitchu Pitchu nos coloca do nascente ao pôr do sol – que, aqui pra nós tem encantos que só o pessoal do dia conhece!! Para quem quiser ter uma idéia – cada dólar está valendo entre 3 e 3.08 soles por aqui!! Uma corrida de táxi, para qualquer lugar dentro da cidade vale 3 nuevos soles!!!


Tinturas vegetais na feira de Pisaq (foto: Victor Vargas)

Estamos pesquisando valores de passeios indispensáveis – passo agora alguns para quem pretende aparecer por aqui e a grana é regulada – vamos lá – Camino Inka – 4 D / 3 N – com tudo dentro – guia, tienda, comedor, entrada em Machupicchu e tudo mais por 230 dólares // Vale Sagrado com Pisaq – mercado e ruynas, Urubamba (almuerzo) Ollantaytambo y Chinchero – isso fica por 25 soles – lembrando que o Boleto Turístico é por fora. Machupicchu com tudo em cima, guia e traslado – 175 dólares e City Tours com Qoriqancha, Saqsayhuamán, Qénco, Pukapukara e Tambomachay – tudo dentro da cidade ou na periferia de Cusco – esse sai por 15 soles com direito a guia. O Boleto Turístico vale 140 soles com meia pra estudante e dá acesso a tudo. Eles vendem também separado, esse é bom pra quem não vai subir as montanhas onde estão as Ruynas Arqueológicas Inkas. Ari!!! Valew!! Amanhã tem mais!!

Plaza de Armas vista da Iglesia de San Cristóbal (foto: Victor Vargas)

32º dia – quarta – dia 10 – Cusco
Recuperamos e editamos todo o Projeto de Intercâmbio da Culturas Populares e levamos para a Alcaldesa Marina Sequeiros Montesinos conhecer e ajudar junto ao Conselho na sua aprovação e conseqüente inclusão na programação oficial dos Festejos de Cusco 2009 – essa é a nossa missão principal – colocação da Cultura Popular do Nordeste num patamar de vitrine cosmopolita. Que avanço!! Começamos a programar os passeios e as visitas aos Museus – De Arte Contemporâneo, Histórico Regional, de Arte Popular, do Sítio Qorikancha, do Centro Qósqo de Arte Nativo e o que fica no Monumento a Pachakuteq (um dos mais importantes imperadores inkas). Lembrando que o Pachakuteq, dentre outras, expandiu o Império com inclusão de áreas onde hoje estão a Bolívia, o Equador e o Chile. Às cidadelas arqueológicas do Vale Sagrado daremos continuidade com previsão de Chincheiros neste final de semana. Ari!! Vamos avançando na manha e Pitchu Pitchu fechou o dia com besourinho na Terra da Serpente, do Puma e do Condor!!!!!

A expedição na EMUFEC, na calle Santa Catalina (foto: Gabriela Kopinits)

31º dia – terça – dia 09 – Cusco
Da janela lateral vemos a montanha e o Cristo Blanco, na principal a Plaza de Armas, parte da Capital do Império Inka e uma incrível comunhão dos Picos Nebados na fantástica Cordilheira Peruana. Buenos dias!! Allillancho em quéchua como ensina o Inka Froilán.


Encontro com o gerente geral da EMUFEC, Geovanni Madrid, que ganhou uma peça do artesão Luiz Galdino, do Alto do Moura (foto: Gabriela Kopinits)

O encontro marcado na Empresa de Festejos de Cusco com o gerente general abogado Geovanni Madrid deixa o ar tenso com as energias sendo focadas num Intercâmbio de Culturas Populares – dois centros de irradiação – Caruaru e seus pífanos e Cusco e suas quenas – o projeto é reapresentado com retorno positivo e abertura para uma amizade que envolve o Inti Raymi e o São João – na realidade o ponto culminante dos dois festejos acontecem no dia 23 de junho – com significados distintos e ao mesmo tempo reunindo milhares de pessoas – cerca de 120 mil no ápice dos acontecimentos. Deixamos amarrado uma definição para produção em tempo hábil de uma caravana com música, dança, artesanato, literatura de cordel e xilagravura.
Enquanto isso perdemos a hora e o encontro com os Mestres da Universidad Nacional San Antonio Abad del Cusco – que vai ganhar um capítulo à parte pela sua fundação em 1692. Chegamos tarde e a Coordenação do Curso de Ciências de la Comunicación adiou o nosso encontro para a sexta às 12 horas. Final de tarde com direito a passeio pelas calles da periferia cusquenha – as edificações lançadas sobre a cidade Inka deixaram marcas de piedras que o tempo jamais vai apagar!! Todo dia se descobre uma relíquia arqueológica por aqui!! Ari!! Vamos entrar na cozinha do Tronquito e desfiar um cardápio criollo para vocês!!!

Pico nevado e ciudad del Cusco (foto: Victor Vargas)

30º dia – segunda – dia 08 – Cusco
Continuamos a despertar cedo! Pitchu Pitchu tem preservado a gente da noite cusquenha!! Sabemos que ela é atraente e regada de tudo e de todos com molho cosmopolita!! Dia desses, saindo cedinho, encontramos as criaturas da noite – tribo simpática que certamente desconhece os acordes matinais e o despertar da cidade – sempre entre 9 e 10 da manhã! O pessoal da Empresa de Festejos de Cusco adiou o encontro com o abogado e gerente general – Geovanni Madrid para amanhã às 9 da matina. Uma vasta programação de exaltação, muita justa – por sinal – comemorou a inclusão, há 25 anos, como Cidade Patrimônio da Humanidade. Cada esquina, cada calle, cada monumento, acho que o próprio ar que se respira aqui é coisa especial – a Cordilheira foi generosa com o povo cusquenho e os Inkas edificaram uma história de Império pleno e auto-suficiente no conhecimento de gestão e edificações arquitetonicamente perfeitas.


Plaza de Armas ao amanhecer, vista de nossa janela (foto: Gabriela Kopinits)

Considerada a Capital Arqueológica da América Latina e Patrimônio Cultural do Mundo, Cusco reserva um conjunto arqueológico onde fica indispensável a visita a Saqsaywaman, Qénqo, Puka Pukara, Tambomachay, Pisaq, Ollantaytambo, Moray, Chinchero, Típon e Pikillaqta – todos esses sítios com pueblocitos que nos remete no mínimo a uma viagem de 500 anos. Ari! Vamos começar a destrinchar os principais pontos turísticos do Umbigo do Mundo!! Perdoem a atualização, a partir da semana que vem vamos ficar mais disponíveis para a internet!! A Trilogia Inka nas três vértices!!! Hasta luego!! Pitchu Pitchu parece que mama mais nas alturas!!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008


Igreja San Pedro Apostolo, em Pisaq, onde todo domingo tem missa rezada em quéchua (foto: Victor Vargas)

29º dia – domingo – dia 07 – Cusco / Pisaq /Cusco
Acordamos cedo – aliás o meu relógio ainda está afinado no horário de Caruaru – saímos sem desayuno em direção ao Vale Sagrado – passamos por vários Sítios Arqueológicos (deixamos pra seqüência – semana que vem, quem sabe? – e fomo diretos – dia nublado – para Pisaq (uma das cidadelas do complexo Valle Sagrado de los Inkas) – fomos conferir a única missa rezada em quéchua e entrar em contato com o Mundo Xamânico Inka – com direito a feira de domingo reunindo todas as tribos do entorno – Pisaq tem uma das maiores feiras livres e de artezania do Vale!! Conseguimos chegar ao xamã Mauro Canteros e família que nos deu uma aula sobre a Trilogia Inka – A serpente, o condor e o pluma – seus valores e o convite para uma cerimônia xamânica de entrada do verão na noite do dia 21 de dezembro. Simpática e cheia de delícias, como a ciabatta da panaderia local, prometemos voltar a Pisaq, onde encontramos ligações diretas com artezania e pedras de Minas Gerais! O artesanato inka encanta com a sua riqueza de detalhes do cotidiano do povo quéchua e um colorido clássico – prata, cabaças, couro, barro, tecelagem e pedras marcam as peças inimitáveis da cultura artesanal do Vale Sagrado!! Voltamos a tempo de ver o São Paulo campeão, o Vasco ser rebaixado e descansar as 8 horas ligadas diretamente às emoções de uma cultura fascinante e envolvente!! Hasta luego!! Amanhã é feriado aqui em Cusco! Vão abrir as comemorações dos 25 anos de Cidade Patrimônio da Humanidade!! Vamos às comemorações!!!Ari!!!!!

sábado, 6 de dezembro de 2008


Tudo é visual aqui em Cusco... ao fundo, o Cristo Blanco (foto: Victor Vargas)

28º dia – sábado – dia 06 – Cusco (Capital do Império Inka)
Estamos todos, incrivelmente bem!! Um belo desayuno, com queso cusquenho e a certeza da atualização deste blog e terminar as matérias que serão enviadas ao Brasil! Afinal, não é todo dia que brasileiros são recebidos oficialmente pela alcaldeza Marina Sequeiros Montesinos – uma quéchua gente fina, simpática e que adora o Brasil. Estamos nos preparando para uma sessão de atualização na internet e já resolvemos que amanhã vamos passear no Vale Sagrado – vamos começar pro Pisaq, depois iremos em Ollantaytambo, Moray, Chincheiros, Tiipon e Pikillaqta – são várias as cidades Inkas e os templos estão espalhados pela Cordilheira. Na semana que vem, vamos começar a destacar os pontos turísticos de Cusco e a sequências dos nossos projetos de intercâmbio das Culturas Populares Inka e do Nordeste do Brasil. Vou descansar e respirar um pouco esse ar que só agora dá um tempo pra minha “venta”!! Ari!!

Encontro com a prefeita Marina Sequeiros, que ganhou uma peça do artesão Luiz Galdino, do Alto do Moura, Caruaru (foto: Gabriela Kopinits)

27º dia – viernes – dia 05 – Cusco (Capital do Império Inka)
Despertamos e fomos nos preparar para o encontro das 18 horas com a Alcaldeza de Cusco. Presentes no grau!! Já acostumados ao trânsito das calles projetadas para cavalos e charretes – pense numas ruazinhas estreitas – pelo incrível que pareça o trânsito flui sem problemas. Em cada esquina, um grupo de turistas – cidade cosmopolita com gente de todas as idades e tribos das mais estranhas que já vi – parece que todo mundo marca encontro no Umbigo do Mundo. Nem almoçamos – comemos delícias das ruas das cholas e partimos para um encontro feliz – na entrada topamos com um ciclista de Aracaju - Edvaldo – de passagem para a Bolívia e há três anos pedalando pelas Américas – garoto disposto!! Entramos e demos de cara com o Museu de Arte Contemporânea de Cusco. Fomos recebidos como príncipes por pessoas simpáticas e com uma visão clara da nossa missão diplomática e de abertura de intercâmbio de duas cidades ícones dos festejos juninos – Cusco, com a Inti Raymi, e Caruaru com a devoção aos santos Antônio, João e Pedro. A alcaldeza e o seu relações públicas Willi, chefe do protocolo municipal, nos receberam divinamente, abriram as portas da cidade, se interessaram pelo nosso projeto e ainda a prefeita profetizou Vivi Pitchu Pitchu Kopinits Vargas como futura governante na sua terra – imaginamos logo o País dos Picchus – que fica perto daqui, na Cordilheira a quase 5 mil metros!! Troca de presentes e a certeza de um novo encontro na semana que vem! Vamos assistir arte de graça no Teatro Municipal de Cusco!! Foi bom demais – terminamos jantando no Tronquito um Aji de Galinha!! Buenas Noches, Ari!!!

A cadeia de montanhas que cerca Cusco impressiona (foto: Gabriela Kopinits)

26º dia – jueves – dia 04 – Cusco (Capital do Império Inka)
O dia nasce e logo acordamos com um sol invadindo a nossa janela com visual da Plaza de Armas e uma cadeia de montanhas que ficamos a imaginar os 3.400 metros no plano. Parece um tapete de carpetes ou um quadro com o verde da Cordilheira de los Andes. Só as janelas já pagam a habitación, o resto é troco!! Vamos aos preparativos para o encontro com a Alcaldeza – Luiz Gonzaga na leitura do artesão Luiz Galdino – vanguarda da arte no barro no Alto do Moura / Caruaru, cd´s da Banda de Pífanos Princesa do Agreste e Vozes e Toques Sergipanos – trabalho do mestre José Paulino com o belga Damien Chemin – estamos bem de presentes e as culturas populares do Nordeste com sotaque internacional. Cuidamos do nosso novo endereço, descansamos e passeamos nos arredores do Umbigo do Mundo. Os passeios vão começar oficialmente no domingo em Pisaq, no Vale Sagrado, com direito a Missa em Quéchua, feira e trombar com as várias tribos da periferia do Sítio Arqueológico onde vários bairros foram erguidos pelos Inkas!! Descansamos com a expectativa de um belo encontro com a Alcaldeza!! Hasta la vista, ARI!!!

A Plaza de Armas, a principal praça de Cusco (foto: Victor Vargas)

25º dia – miércoles – dia 03 – Cusco (Capital do Império Inka)
Cedo, nem cedo, é assim que o meu organismo tá funcionando aqui!! Ainda escuro estamos na ativa!! O dia nasce por volta da cinco da matina – e quando aqui é cinco, em Caruaru é sete e, em Brasília, oito. Saímos dispostos a encontrar uma casa e marcar o desfecho da Expedição com a entrega dos presentes às autoridades cusquenhas. Marcamos na calle Santa Catalina com o gerente geral da Empresa Municipal de Festejos de Cusco, Geovanni Madrid, para a terça dia 9 e com a Alcaldeza (prefeita) Marina Sequeiros Montesinos para a sexta dia 05 – fomos muito bem recebidos, Pitchu Pitchu arrasou por onde passou! Voltamos na Unsaac mais uma vez para pegar o mailing local e contactar todos os veículos de comunicação de Cusco. Desistimos de procurar casa e alugamos um apartamento na Casa Escondida com uma vista fantástica – só as duas janelas – uma dando para o Cristo Blanco e Saqsaywaman e a outra para a Plaza de Armas – pense num visual estonteante!!! Esquecemos outros alquileres e focamos nos projetos do Intercâmbio das Culturas Populares com direito à inclusão dos Contadores de Histórias do Vale Sagrado – pesquisa da Cigana Gabriela!! Resolvemos catalogar a partir da semana que vem as delícias diárias que comemos da gastronomia Inka e programar um ensaio fotográfico das incríveis Calles Cusquenhas!! Nunca vi tanta gente de tantas partes do mundo, juntas numa comunhão, ligada em Machu Picchu e na Trilogia da Serpente, do Condor e do Pluma!!! Estamos todos bem, dispostos, esperançosos e com a alegria da realização de uma missão sócio-cultural-turística entre o Nordeste do Brasil e os Povos Inkas – olha que uma das sétimas maravilhas do mundo está aqui em Cusco!! Jogamos a toalha ligados no 54! Hasta luego!!

A beleza de Saqsaywaman, templo cerimonial inka, local dos festejos da Inti Raymi (foto: Victor Vargas)

24º dia – martes – dia 02 – Cusco (Capital do Império Inka)
Acordamos cedo, metemos aquele desayuno (desjejum) de lei, ligamos a Frontier – estacionada na frente da Chincana Wasi e partimos direto para a Universidade na expectativa de encontrar a coordenadora geral de Ciências da Comunicação – Virginia Gonzalez - o nosso planejamento de permanência passa na certeza da Maestria. Dessa vez encontramos a coordenadora, que nos recebeu muito bem e ficou feliz com o reencontro, já que havíamos nos conhecido no inicio do ano. Boas conversas e uma péssima constatação – este ano não houve número suficiente para a Maestria e a certeza da turma em 2009 estava distante. Resolvemos aceitar o convite para desenvolver uma pesquisa de Culturas Populares Inka e do Nordeste do Brasil... Legal!! Deixamos a Maestria para um contato dela com a turma completa!! Já estamos familiarizados com a Unsaac, até os porteiros já nos saúdam na chegada!! Marcamos um encontro com os mestres das Pesquisas Internacionais para a terça dia 09, já que na segunda é feriado por aqui – vão comemorar 25 anos da declaração de Cusco como Cidade Patrimônio da Humanidade. Falando nisso, cada calle é uma viagem ao encontro dos Barrocos Inka e Espanhol. Pizarro, com ajuda de traíras, contruiu uma cidade fanstástica, mas tudo em cima dos antigos prédios inkas e utilizando as pedras de tesouros como a fortaleza de Saqsaywaman!! Não é a toa que é o umbigo do mundo! Continuamos a procurar uma habitación para sair da diária da Casa Escondida!! Estamos nos deleitando com a culinária Peruana-Inka no Tronquito, cada dia uma novidade, hoje o destaque ficou para o cebiche, uma espécie de peixe servido cru, à moda do sushi!! Lona e canal 54! Hasta luego!!!

O quéchua Froilán, sangue bom do Chincana Wasi (foto: Victor Vargas)

23º dia – lunes – dia 01 – Cusco (Capital do Império Inka)
Entramos o mês de dezembro acordando cedo e dando uma geral na Nissan Frontier – tinha lixo do Rio e pó vermelho da terrível carretera de San Jose de Chiquitos a Santa Cruz de la Sierra – pouca coisa escapou do pó. A Nissan ficou novinha e cheirosinha de novo. Vivi gostou e soltou um monte de bufas!! Conhecemos o diretor da TV Machu Picchu – canal 41 – Alex Chaves – apresentador de telejornalismo matinal – tipo rádio. Saímos na busca de encontrar os nossos contatos na área – Paticita e Michael – engenheiros da Unsaac e dispostos a nos ajudar na busca da habitación ideal. Na Unsaac, uma greve voltou a nos impedir de uma melhor apuração com relação à Maestria. Encontramos o mestre Angel Nuñez, coordenador de Literatura Hispânica e Lingüística da Universidade – sentimos a Maestria um pouco distante!! Vamos insistir!! Dia pesado com rolé no entorno da cidade patrimônio da humanidade – idas e vindas – nada agradou – jantamos no Tronquito e voltamos para a Chincana para repouso e sintonia no canal 54 – Globo Internacional – estamos plugados nas notícias do Brasil. Valew!!!! Buenas noches, cumpadi quéchua Froilán!!

Hotel Chincana Wasi - La Casa Escondida (foto: Victor Vargas)

22º dia – domingo – dia 30 – Cusco (Capital do Império Inka)
Amanhecemos o dia na Chincana Wasi – que em quéchua quer dizer – Casa Escondida. Apesar de bem situados, na Calle Pumacurco – região central do “Umbigo do Mundo” – para quem não sabe – Cuzco em quéchua quer dizer umbigo, Ari!! O ari quer dizer SIM!! É difícil encontrar alguém por aqui que no hable quéchua, inclusive como língua está colocado nas Universidades e várias escolas de idiomas. Passamos o domingo em PAZ e na expectativa da Universidade e de alugar uma casinha perto de tudo! Dia tranqüilo e terminamos, para matar a saudade, comendo uma pizza no centro da cidade!! Pense numa cidade cosmopolita! Gente de todas as partes do planeta na busca da Cultura Inka e dos encantos de Machu Picchu!!