sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Voltando

Vamos retornar à ESTRADA!

domingo, 16 de dezembro de 2012

Mestre Luiz Galdino vai confirmar data de evento em Cusco

Estou em Caruaru aguardando a confirmação de datas para a oficina e exposição do amigo e Mestre Luiz Galdino em Cusco, no mês de junho de 2013. Outra boa notícia foi o encaminhamento das negociações para a participação de artistas de Caruaru no Arraial Cultural de Rio Branco / Acre - evento promovido pela Fundação Elias Mansour em julho de 2013. Para ilustrar, fica a imagem do criador (Mestre Luiz Galdino) e das criaturas da Orquestra Sanfônica, produzida na arte do barro do Alto do Moura.

Mestre Luiz Galdino e sua Orquestra Sanfônica

sábado, 8 de dezembro de 2012

Rumo à Interoceânica – descendo a Cordilheira

Sair de Cusco é sempre complicado – fica a sensação de “vou ali e volto já” – não é à toa que a cidade talvez seja a mais cosmopolita – proporcionalmente – da América do Sul. Além da energia da cosmologia inka, ficamos impregnados com os odores e sabores das misturas promovidas pelo povo quéchua. Não poderíamos deixar de dar a “volta olímpica” na Plaza de Armas e cortar as suas calles projetadas para as comitivas que transitavam na Capital do Império. Nunca consegui sair de Cusco antes do meio dia – hora boa – hora do MENU!!
Catedral de Cusco - maior acervo de arte sacra barrôca do mundo - Foto Marco Aurélio Ferreira
Passeando na Plaza de Armas - Foto Marco Aurélio Ferreira


Plaza de Armas - Foto Marco Aurélio Ferreira


 

Hare Pachacutec - Foto Victor Vargas


Artesão quécha expondo em Cusco - Foto Victor Vargas

Cheff e co-piloto Marco Aurélio na pedra de 12 ângulos - Foto Victor Vargas

Subindo e descendo as calles estreitas de Cusco - Foto Victor Vargas
 
Dessa vez sabia que sofreria um impacto forte – descer a Cordilheira – saindo de 3.600m de altitude – indo bater nos quase 5 mil e cair de “paraquedas” nos braços da Pachamama em plena selva – primeiro a peruana e, depois, logo depois, cortar o Rio Madre de Diós e mergulhar na Floresta Amazônica – os peruanos chamam de selva – legal – lembrei do imortal Jim das Selvas!! Se é pra descer – vamos descer – só não pode ser na banguela – as curvas da Interoceânica lembram o famoso U – ou seja – todo cuidado nessa hora é nenhum!!
Descida da Cordilheira via Floresta Amazônica

 



A Interoceânica chega pertinho do céu -Foto Victor Vargas

 

Forró nas Nuvens - Foto Victor Vargas


Urcos é o ponto de convergência – entroncamento – Panamericana, Interoceânica – e caminho para as cidades-polo da Cordilheira.

Picos Nebados emolduram a beleza andina - Foto Victor Vargas
Cholita pastorando as ovejas e lhamitas nos Andes - Foto Victor Vargas
A cholita e o cabalito - Foto Victor Vargas
Descer a Interoceânica é um espetáculo que deve ser diurno – a estrada é uma obra de arte da engenharia sulamericana – perfeita – o cenário vai do topo do céu à floresta – é como entrar em um daqueles elevadores com vista panorâmica e apertar o térreo – quem não estiver bem ou tiver problema com altitude pode sofrer crise de soroche – é sair com um KIT FRIO completo e horas depois ficar de camiseta procurando uma helada para degustar!!!
Os Picos Nebados acompanham parte do trajeto da Interoceânica - Foto Victor Vargas

 
Pé de Serra gelado - Foto Victor Vargas
A descida braba começou no escuro - Foto Victor Vargas
Descemos e administramos até onde o coração mandou – ficamos em Mazurco – passamos por área de garimpo na selva peruana e recebemos denúncias de derrame de mercúrio realizado pelos garimpeiros CHINOS – eles invadiram a região e mostram força para o confronto com a razão e o bom senso!
 
Placa indica a pontinha do mapa  - Foto Victor Vargas

Marca do Império Inka - Foto Victor Vargas

Cena do Centro de Puerto Maldonado - Foto Victor Vargas

Ponte sobre o Rio Madre de Dios - no Brasil Rio Madeira - cortando Puerto Maldonado - Foto Victor Vargas

Último pedágio peruano - Foto Victor Vargas

Cortamos Puerto Maldonado – a cidade parece que só tem transporte em motos adaptadas para levar três passageiros – e apresenta a maior biodiversidade do planeta – segundo a mídia internacional do gênero – muito calor e a presença da cultura dos povos da floresta.

Fronteira – chegamos na fronteira do Peru com o Brasil e passamos bem – sem problemas com os peruanos. No lado do Brasil a duanda já estava fechada e fomos recepcionados por Telmo Ribeiro – funcionário da Receita Federal e teatrólogo premiado – que nos orientou a pernoitar na cidade de Assis Brasil – pequenina, tranquila e aconchegante. No dia seguinte, não tivemos nenhum problema – apresentamos a documentação básica e estávamos – de novo – legalmente – em casa.


Encontro com o amigo dramaturgo Telmo Ribeiro - Foto Marco Aurélio Ferreira
A Interoceânica - pasmem - já está baleada nesta parte do Brasil - Foto Victor Vargas
 
Resolvemos, antes de partir para Rio Branco – a Capital do Acre e dos Povos da Floresta – conferir as ofertas da Zona Franca de Cobijas – cidade pequena boliviana que fica na tríplice fronteira amazônica – e constatamos que as ofertas realmente existem e servem para abastecer toda aquela região – tão distante dos centros de produção do continental Brasil. Compramos umas besteirinhas – lanterna e outras baboseiras.

Ficamos olhando a fronteira e escaldados entramos a pé - Foto Victor Vargas

 De novo na pista, cortamos os seringais – os mais famosos os de Xapuri – eternizados pelo saudoso Chico Mendes – jantamos em Capixaba e chegamos em Rio Branco no final da noite – muito calor e repouso da companhia – assustada com a mudança de temperatura e com saudade de Cusco.


Xapuri entrou no mapa do Brasil via Chico Mendes -Foto Victor Vargas

O despertar em Rio Branco foi na Fundação Elias Mansour – procuramos e achamos a sempre simpática Karla Martins – produtora cultural e amante das culturas populares – inclusive as produzidas em Caruaru e no Estado de Pernambuco, onde possui amigos, e já visitou em missões culturais. Fomos recebidos em grande estilo, abrimos as conversações para a inclusão do artesanato, música e dança de Caruaru no Arraial Junino 2013 de Rio Branco. A exposição itinerante com trabalhos da arte no barro do Mestre Galdino aportou na Casa dos Autonomistas – no Centro da cidade – numa deferência especial ao reconhecimento do talento e referência da arte criada pelo eterno Mestre Vitalino.
Memorial dos Autonomistas - local da nossa exposição itinerante - Foto: Victor Vargas
Palácio de Rio Branco - Foto: Victor Vargas


Missão cumprida, contatos amarrados – vamos partir direto para Vera Cruz – com escalas onde o corpo pedir.

 
Mergulhamos num mar de soja na Rondônia e Mato Grosso do Sul - Foto Victor Vargas
Fazenda de Soja na beira da BR - Foto Victor Vargas


O Agronegócio é marca de desenvolvimento do Centro- Oeste - Foto Victor Vargas
 
Passamos um dia cortando a Chapada da Diamantina e chegamos à noite em Vera Cruz Foto Victor Vargas
Fica a imagem do Mar de Soja e o deleite de viajar de Van pela América
 

sábado, 24 de novembro de 2012

Tranquilidade na passagem da Bolívia para o Peru

Saímos de Copacabana – cidade que é capital da Bolívia no Lago Titicaca – com 3.850 metros de altitude e passagem para a “Isla del Sol” – com a Van de tanque vazio – com óleo para abastecer rápido do lado peruano – e atravessamos a fronteira – acreditem – sem problemas com os bolivianos e entramos no Peru fazendo amizade com o pessoal da Duanda (aduana) que, encantados com a Orquestra Sanfônica do Mestre Luiz Galdino, permitiram um ingresso rápido com autorização para ficarmos três meses na terra do Império de Inti – los quéchuas são pessoas tranquilas e adeptos da Cosmologia Inka – Hare La Pachamama!!
Logo na entrada do Peru a marca da famosa Cusqueña - Foto: Victor Vargas
 
Já no Peru, no primeiro povoado – com a Van andando no cheiro do petróleo cochabambino – abastecemos e sentimos os quase 100% de aumento no valor de encher o tanque – faz parte do jogo!! Começamos a arrodiar o Lago Sagrado de Los Inkas e nos deparamos com um comedor na hora do almoço servindo uma entrada de caldo de pollo com truchas fritas e papas cozidas – com tempero andino! Lá conhecemos o belga lôko François pedalando contra o vento! O belga já havia feito, dentre outras -  Paris-Dakar e Recife- Buenos Aires – agora pedalando pertinho das nuvens e tranquilo – dizia que estava indo para os Estados Unidos e que tinha gostado muito do calor do Nordeste do Brasil. Conversamos e produzimos imagens na beira do Lago, para produção de matéria especial focando a agradável solidão de estar nos Andes pedalando picos gélidos.
 
Encontro com belga François no "Comedor" ao molho de trucha
 
 
Pedalando contra os ventos gélidos do Titicaca
 
Ultrapassagem perigosa no Lago Titicaca
 
 Em Puno – Capital do Folclore Peruano – fizemos uma parada rápida para revisitar a cidade e tratar de abastecimentos e cuidados médicos – o soroche insistia em querer derrubar o sistema com dores e reações que implicam em muito matte de coca! Dia comprido, resolvemos continuar a viagem e fomos abordados pela polícia peruana maligna – morremos em mais propina por viajar de dia de farol desligado – cada uma!!!! Juliaca ficou e na subida de La Raya pernoitamos ao sabor de aguadito de pollo e estufado de alpaca! Noite fria com menos de 5 graus e a esperança de partir cedinho rumo à Capital do Império Inka!
Picos Nebados, lhamas, alpacas e ovejas na Cordilheira Blanca - Foto: Victor Vargas
 
Puno é a Capital do Peru no Lago Titicaca
 
Beleza do Pé de Serra em Pichu
 
Despertamos e partimos rumo aos Picos Nebados de La Raya e Pichu – batemos pertinho dos 5 mil de altitude e nos deparamos com um restaurante vegetariano, onde conhecemos um MENU com sopa de trigo – com direito a yuca, papa, juno, espinaco, maiz, cenora e um tempero com as delícias das ervas andinas – muito leche e matte de coca para combater o soroche. Cortamos uma série de pueblocitos e entramos no Estado de Cusco – a paisagem fantástica com picos nebados, pastos de lhamas, alpacas e vicunhas, contrastando com o rebanhos dos merinos pacenhos!!!
Lhamitas realizam PARO diante dos Picos Nebados
A Van parou pertinho do céu e as sanfonas viram a neve derreter

 
Hare, Hare todos Los Apus Sagrados de la Cordilheira
Entramos em Cusco ainda de tarde e fomos à Chincana Wasi – agora sob nova direção e sem estacionamento – partimos para o Vale Sagrado e encontramos os ceramistas em Ccorao e os velhos amigos xamã Mauro Canteros e o quéchua Eduardo na Praça de Armas de Pisac, sob os auspícios da Cosmologia Inka e promessas de participação em mais uma cerimônia inka de solstício de inverno em 2013. Fechamos o dia na busca de um hotel em que coubesse a Van – encontramos por graça divina o amigo Federico Moreyra – que nos levou a El Portal na Calle Maratá – na região central do “Umbigo do Mundo”. Descanso e uma revisitação do  subconsciente através dos tradicionais sonhos sob efeito da altitude e muito frio – sempre que estou na Cordilheira isso acontece!!! É papo para o amigo médico Veloso!! Ary Munani – Hare Pachacutec!! O Mestre Vitalino e Gonzagão fizeram uma parceria na Plaza de Armas ao som das quenas e dos charangos!!!!
 
Parada estratégica diante da Catedral de Cusco
Lhamas, alpacas, vicunhas e ovejas transitam nos picos nebados

Músico cusquenho tocou o Pife de Biu do Pife no Cristo Blanco
 
Andeon & Amazon
Depois do primeiro desayuno em Cusco partimos para a Andeon & Amazon do nosso anjo de guarda Federico Moreyra – operador de turismo no Peru e Rio Branco, no Acre. Conhecemos a bela estrutura, o pessoal e a brasileira Liliane Cascaes - macapaense que faz mestrado em turismo na Universidad Nacional Santo Antonio Abad del Cusco! Ótimos contatos na área da possibilidade da representação no Nordeste de pacotes da Trilha Inka, Machupicchu e os atrativos das selvas peruana e brasileira. O Federico se despediu com a missão de assessorar uma delegação de japoneses durante quatro dias na trilha rumo a Machupicchu (uma das maravilhas do mundo) – vamos trabalhar a ideia de levar peruanos para o Nordeste durante a Copa do Mundo de 2014.
Posando com os amigos da Andeon & Amazon em Cusco
Orquestra Sanfônica do Mestre Galdino e a Categral de Cusco
 
Terrazas Cusquenhas
  
Em Ccorao – Vale Sagrado de los Inkas - fechamos a participação do Mestre Luiz Galdino em oficinas e exposições durante o período de 12 a 20 de junho de 2013 na Escola de Cerâmica de Ccorao – parceira de coreanos e peruanos – e na Capital do Império Inka – a Orquestra Sanfônica interpretou parte da obra do Mestre Gonzagão, com solos do pífano do Mestre Vitalino, para comemorar a primeira vitória do intercâmbio aberto em 2009 com a Expedição “Da Capital do Forró à Capital do Império Inka”. O artesão e coordenador da Escola de Cerâmica lembrou de Picchu Picchu e mandou um puma para ela brincar com Lucas! Muñecas cusquenhas fazem a festa da garotada com as “Olívias” do Alto do Moura!!!
Escola parceira de Projetos de Intercâmbio Cultural com a Korea e Caruaru
 

 
Artesão trabalha o barro em Ccorao
 
Encontro com artesãos da Escola de Ccorao

No retorno, mais uma tentativa de conversar com as autoridades da Empresa de Festejos de Cuscos, a EMUFEC – amigo Ramiro Leon - e um menu no Tronquito com sopa de sêmola com milanesa de pollo, mazamorra e matte de coca – descanso na Calle Maratá  e encontro com famílias de argentinos de passagem para Puno!!!!


Encontro em Pisac - Xamã Mauro Canteros, Victor Vargas e o quéchua Eduardo  
Caminhando por Calle de Pisac

As bruxas do Mercado de San Pedro
No terceiro dia em Cusco percebi que esta passagem era para consolidar espaços, conquistas de projetos feitos de coração aberto e com princípios de prevalecer a ideia do Intercâmbio de Culturas Populares entre os Povos da Cordilheira e do Nordeste do Brasil – com foco na Arte no Barro e na sonoridades das quenas, pífanos, charangos, bongos, zabumbas e acordeões. Ary Munani, diria o inka Froiland, para confirmar a determinação de execução de um projeto que, até agora é fruto da iniciativa privada e determinada a unir o imaginário popular do inconsciente dos Mestres das Artes no Barro de Cusco e de Caruaru. Conheci, através de um vídeodocumentário e visitas da periodista Rosely Moreyra Portillo, os grandes maestros da cerâmica cusquenha e amarramos encontros com o Mestre Luiz Galdino em junho de 2013. A arte no barro dos inkas está registrada em museos e continua aparecendo todos os dias nos trabalhos contemporâneos e dos arqueólogos, que não param de trabalhar em projetos de resgate de relíquias das culturas Inka – particularmente em Cusco!!!
 
O Mercado San Pedro ocupa um quadra no Centro Histórico de Cusco
Rans aguardam a hora de serem degustadas em caldo afrodísiaco
 e com dezenas de propriedades medicinais
Delícia quécha - bananas tostadas na própria casca
 
Iguaria - ovas de pescados no Mercado de San Pedro
 
Conseguimos amarrar parcerias com a periodista e ceramista Amélia Ccorao e com a turismóloga Liliane para apoios nos projetos e representação junto à Emufec na área de apoios governamentais do lado peruano. Janela aberta para o intercâmbio de oficina e exposições da arte no barro de Caruaru no Império do Sol. Nas calles cusquenhas, os bonecos de barro são confundidos pelos niños com os mariaques mexicanos – Vera Cruz não é no México – é a Kirimurê dos Tupinambás!! Tudo bem – cansado e com o sentimento do “agora vai” revisitamos o Mercado de San Pedro para compras e visita às bruxas das Cordilheiras!!!
Sítio Arqueológico de Puka Pukara


Passeando na Plazza de Armas de Cusco


 
Encontro com Ricardo Cavalcante da Agencia Machupicchu Brasil
Cusco continua sendo uma cidade cosmopolita, repleta de todos as tribos do planeta, numa comunhão com a Cosmologia Inka e as deidades dos Andes!!!
 
Encontro da Expedição com a imprensa cusquenha
 Vamos descer a Cordilheira Negra e entrar na Selva Peruana!!!