sexta-feira, 26 de dezembro de 2008


Saqsaywaman, templo de cerimônia dos inkas - foto: Gabriela Kopinits

41º dia – viernes – dia 19 – Cusco
Quem imaginar que a vida de um expedicionário com um bebê a bordo e projetos sendo tocados com entidades públicas é fácil – está totalmente enganado – ainda mais se houver trabalhos sendo tocados no Brasil com decisões partindo daqui! Estamos todos bem! Abrimos o dia em Saqsawaman, antes do desayuno – já estávamos com Pitchu Pitchu na fortaleza e templo inka – com túneis subterrâneos – chincanas – anfiteatros e construções ritualísticas relacionadas com o culto da água. Bem pertinho daqui da Chincana Wasi, voltamos para o desayuno e para trabalhar as pendências da área jornalística. Abaixo publicamos um trabalho de versão e adaptação jornalística da companheira e expedicionária Gabriela Kopinits (que vive a Cigana Contadora de Estórias), baseado num texto de Mirta Fernández. Lembramos que somos vizinhos do que sobrou do Palácio do Manco Capac – primeiro imperador inka.


O que restou do palácio de Manco Capac - foto: Victor Vargas

A criação do Império do Sol

Ao norte do lago Titicaca, havia uma região onde os homens viviam como animais selvagens. Suas casas eram cavernas na montanha. Alimentavam-se matando animais e arrancando frutos das árvores. Para eles, não havia leis nem a justiça dos deuses.
Um dia, o Deus do Sol, Inti, decidiu que devia ocupar-se de instruir e civilizar a estes homens. Inti convocou seu filho Ayar Manco e a sua filha Mama Ocllo e lhe pediu que descessem à terra e criassem um império.

Manco Capac e Mama Ocllo

Entre seus deveres, deveriam instruir os habitantes nas artes de cultivar e colher. Deveriam ainda ensinar-lhe a respeitarem-se entre si e a venerar o seu deus criador, o Sol. Também lhe ordenou fundar a capital do novo império. Para isso, lhe entregou um bastão de ouro e lhes disse:
- Ao chegar ao lago Titicaca, caminhem em direção ao norte. Cada vez que parassem, deveriam apoiar o bastão na terra. Onde o bastão afundasse, aí era o local onde deveriam fundar a grande cidade que seria a capital do império. Essa cidade se chamará Cusco e deste lugar governarão o Império do Sol.

No dia seguinte, os irmãos, ricamente vestidos, desceram sobre o lago. Os homens e as mulheres que os viram ficaram deslumbrados e convencidos que estavam diante de seres sobrenaturais e os seguiram à respeitosa distância.

Os irmãos começaram sua longa caminhada em direção ao norte, apoiando o bastão de ouro na terra sempre que paravam.

Os dias se passaram, mas, como o bastão não afundava, continuaram caminhando.
Um dia chegaram a um vale muito bonito, de terras férteis. Quando se sentaram para contemplar aquela bela paisagem, apoiaram o bastão de ouro e este se afundou sozinho. Era o sinal que estavam esperando. Ali construiriam a capital do império, Cusco, que significa o Umbigo do Mundo.

Ayar Manco se ocupou na instrução dos homens. Ensinou-lhes a cultivar e a colher. A construir suas próprias casas e a caçar.

Mama Ocllo se ocupou da instrução das mulheres. Ensinou-lhes a fiar e a tecer com a lã das lhamas. A cozinhar e a cuidar de suas casas.

Ayar Manco passou a chamar-se Manco Capac. Junto a sua irmã, Mama Ocllo, que se tornou sua esposa, governou o Império do Sol e, depois deles, os seus filhos e netos.

Um comentário:

Unknown disse...

E quem disse que vida fácil é prazerosa??? Nada como ter mais prazer nas conquistas e as dificuldades encontradas é o SAL da refeição...Parabéns Victor.